ATA DA
CENTÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 03-12-2003.
Aos
três dias do mês de dezembro de dois mil e três, reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze
horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos
Vereadores Aldacir Oliboni, Bernardino Vendruscollo, Carlos Alberto Garcia,
Darci Campani, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Carlos
Nedel, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Renato Guimarães e Zé Valdir. Ainda,
durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Beto Moesch,
Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart,
Elias Vidal, Elói Guimarães, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Juarez Pinheiro,
Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Raul Carrion,
Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Valdir Caetano e Wilton Araújo. Constatada a
existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. À
MESA, foram encaminhados: pelo Vereador João Carlos Nedel, a Indicação n°
041/03 (Processo n° 6719/03), os Projetos de Lei do Legislativo nos 414,
470 e 473/03 (Processos nos 5509, 6604 e 6636/03, respectivamente).
Do EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 10591232, 10591919, 10591925 e
10591969/03, do Senhor Reginaldo Muniz Barreto, Diretor-Executivo do Fundo
Nacional de Saúde do Ministério da Saúde; 2154/03, do Senhor Gilberto
Chiapinotto, Gerente de Desenvolvimento Urbano da Caixa Econômica Federal –
CEF; 2210/03, do Senhor Paulo César Hack, Gerente de Desenvolvimento Urbano,
Substituto Eventual, da Caixa Econômica Federal. Após, o Senhor Presidente
registrou a presença dos Senhores Marcos Bochettin, Alice Duarte de Bitencourt,
Maria Dinair Gonçalves, Beatriz Ribeiro dos Santos e Rose Carla Silva Correa,
integrantes da Comissão Eleitoral do Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do Adolescente - CMDCA, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos
trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Lúcia
Castêncio, Presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente, que se manifestou sobre a eleição dos novos Conselheiros Tutelares
de Porto Alegre, a ocorrer no dia trinta de maio de dois mil e quatro,
destacando a atuação deste Legislativo na concretização dessas eleições e
discorrendo sobre o trabalho realizado pelo Conselho que preside, com vistas a
garantir um atendimento adequado às crianças e adolescentes do Município. Na
ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Raul Carrion,
Haroldo de Souza, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, João Carlos Nedel, Ervino
Besson, Maria Celeste e Carlos Alberto Garcia manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Também manifestou-se sobre o assunto o
Vereador Sebastião Melo. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 466 e 193/03, este
discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel e Carlos Alberto Garcia; em 2ª
Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 467 e 458/03, este
discutido pelo Vereador Zé Valdir, 459 e 464/03, estes discutidos pelos Vereadores
Haroldo de Souza e Zé Valdir, o Projeto de Resolução n° 122/03, discutido pelo
Vereador Elói Guimarães; em 3ª Sessão, os Projetos de Resolução nos
120 e 112/03, este discutido pelo Vereador Carlos Alberto Garcia, os Projetos
de Lei do Legislativo nos 450, 460 e 463/03, os Projetos de Lei do
Executivo nos 051 e 052/03, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo
n° 020/03. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Raul Carrion saudou a sanção,
pelo Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, da Lei Municipal n° 9.268/03,
referente ao funcionamento do comércio aos domingos e feriados. Também,
contestou declarações à imprensa, realizadas por integrantes de setores
empresariais, quanto à possibilidade de o Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul suspender a vigência dessa Lei. O Vereador Cassiá Carpes comentou
depoimentos de fiscais da Secretaria Municipal da Produção, Indústria e
Comércio – SMIC - à Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, quanto
a problemas resultantes do uso de coletes de identificação por esses
servidores, registrando que será realizada reunião por esta Comissão para discutir
o assunto, a ser realizada no dia cinco de dezembro do corrente, para a qual
será convidada a Secretária Municipal dos Direitos Humanos e Segurança Urbana.
O Vereador Sebastião Melo contestou o pronunciamento do Vereador Zé Valdir,
realizado no período de Pauta da presente Sessão, sobre os salários dos
professores estaduais do Rio Grande do Sul. Ainda, contestou o Governo
Municipal do Partido dos Trabalhadores em relação às políticas adotadas na área
da saúde e noticiou que o Executivo Municipal usou cota de gasolina dos
veículos desta Casa e cancelou o uso de aparelhos celulares pelos Conselhos
Tutelares da Cidade. O Vereador João Carlos Nedel apontou atrasos em obras
públicas no Município e informou ter recebido telefonema do Padre Luís
Lorenzato, Reitor do Santuário Arquidiocesano Mãe de Deus, solicitando
providências quanto à pavimentação na área de acesso àquela entidade. Também,
reportou-se ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 021/98 e ao Pedido
de Providências nº 1198/02, os quais dispõem sobre implementação de heliportos
no Município. O Vereador Marcelo Danéris mencionou as eleições municipais a
serem realizadas no próximo ano, afirmando que o Partido dos Trabalhadores deverá
ser mantido no governo de Porto Alegre. Ainda, rebateu críticas efetuadas pelo
Vereador Sebastião Melo, sobre falta de gasolina para veículos desta Casa e
suspensão no uso de telefones dos Conselhos Tutelares, e questionou o trabalho
realizado pelo Governo Estadual na área da segurança pública. O Vereador Luiz Braz
declarou que o ex-Governador do Estado, Senhor Olívio Dutra, do Partido dos
Trabalhadores, ao término de sua gestão deixou dívidas pendentes para o Governo
atual. Também, referiu-se criticamente ao Departamento Municipal de Habitação –
DEMHAB, alegando que não foram tomadas medidas necessárias no caso de pessoas
que foram enganadas na compra de casas próprias, por intermédio de agentes que
teriam usado ilicitamente o nome desse órgão público. O Vereador Wilton Araújo
debateu o impacto resultante para o contribuinte brasileiro da decisão de
manutenção das atuais faixas de contribuição do Imposto de Renda. Nesse
sentido, condenou o Governo do Partido dos Trabalhadores nas esferas Municipal,
Estadual e Federal, classificando-o como caracterizado por uma política de arrecadação,
e lamentou a não-implementação de imposto sobre a riqueza por parte do Governo
Federal. O Vereador Carlos Alberto Garcia citou transtornos enfrentados pela
comunidade da Rua Martins de Lima, tendo em vista que esta via pública se
encontra obstruída por proprietário de terreno na área. Também, pronunciou-se a
respeito de tiroteio ocorrido no Campo da Tuca em Porto Alegre, no dia vinte e
seis de novembro do corrente, envolvendo traficantes da Chácara dos Bombeiros e
da Vila Vargas, que tentam ocupar pontos de tráfico de facção rival no Campo da
Tuca. O Vereador Ervino Besson mencionou o Projeto de Lei do Legislativo nº
160/02, de sua autoria, que autoriza o Executivo Municipal a implantar telas de
proteção nas bocas-de-lobo da rede de esgoto, lamentando a acolhida, pela Casa,
do Veto aposto a este Projeto pelo Prefeito Municipal. Nesse sentido, relatou
visita efetuada à Rua Adroaldo Novo Correa, onde bocas-de-lobo foram gradeadas
pela comunidade local. A seguir, o Senhor Presidente registrou as presenças da
Senhora Maria Rita Marsiaj, Procuradora-Chefe do Ministério Público Federal do
Rio Grande do Sul, e do Senhor Raul Bosle. Também, registrou a presença do
Senhor Ivo Nesralla, Presidente do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do
Sul, convidando-o a integrar a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra a Sua
Senhoria, que agradeceu a aprovação, pela Casa, da Emenda n° 18, aposta ao
Projeto de Lei do Executivo n° 041/03. Na ocasião, o Vereador Isaac Ainhorn
manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado pelo Senhor Ivo Nesralla. Após,
foi apregoada a Emenda n° 40, de autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da
Bancada do PCdoB, ao Projeto de Resolução n° 082/03 (Processo n° 4413/03). Na
oportunidade, face manifestação do Vereador Wilton Araújo, o Senhor Presidente
prestou esclarecimentos acerca da verificação de quórum para ingresso na Ordem
do Dia. Em prosseguimento, constatada a existência de quórum, foi iniciada a
ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi rejeitado o Projeto de
Lei do Legislativo n° 017/02, considerando-se aceito o Veto Total a ele aposto,
por quinze votos SIM e onze votos NÃO, após ser discutido pelos Vereadores Dr.
Goulart, Wilton Araújo e Cláudio Sebenelo, tendo votado Sim os Vereadores
Bernardino Vendruscollo, Beto Moesch, Cassiá Carpes, Cláudio Sebenelo, Dr.
Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Isaac
Ainhorn, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Nereu D'Avila, Reginaldo Pujol e Wilton
Araújo e Não os Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Darci Campani,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir. Após, foi apregoada a
Emenda n° 01, de autoria do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PCdoB,
ao Projeto de Lei do Legislativo n° 077/03 (Processo n° 1824/03). Foi aprovado
Requerimento de autoria do Vereador João Bosco Vaz, solicitando que o Projeto
de Lei do Executivo n° 052/03 (Processo nº 6541/03) seja considerado em regime
de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes. Em
Discussão Geral, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Emenda à Lei Orgânica n°
002/03. Em Discussão Geral, 3ª Sessão, esteve o Projeto de Resolução n° 082/03,
discutido pelos Vereadores Raul Carrion, Isaac Ainhorn, Reginaldo Pujol, Sebastião
Melo, Zé Valdir, Juarez Pinheiro e Luiz Braz. Durante a discussão do Projeto de
Resolução nº 082/03, os Vereadores Marcelo Danéris e Aldacir Oliboni cederam
seus tempos de discussão, respectivamente, aos Vereadores Zé Valdir e Raul
Carrion. Na ocasião, o Senhor Presidente informou que deverá ser realizada Sessão
Extraordinária no dia nove de dezembro do corrente, às nove horas, para
apreciação do Projeto de Resolução nº 082/03 (Processo nº 4413/03). Também,
durante a discussão do Projeto de Resolução nº 082/03, foi aprovado Requerimento
de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando que o Projeto de Lei
Complementar do Legislativo n° 020/03 (Processo nº 6587/03) seja considerado em
regime de urgência e submetido à reunião conjunta de Comissões Permanentes,
tendo o Senhor Presidente declarada nula esta votação, face a questionamento
formulado pelo Vereador Luiz Braz, tendo em vista que a aprovação desse Requerimento
ocorreu durante a discussão do Projeto de Resolução nº 082/03. Em continuidade,
foi votado o Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, solicitando
que o Projeto de Lei Complementar do Legislativo n° 020/03 (Processo nº
6587/03) seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta
de Comissões Permanentes, o qual obteve doze votos SIM, após ser encaminhado à
votação pelos Vereadores Luiz Braz, João Antonio Dib e Isaac Ainhorn, em
votação nominal solicitada pelo Vereador Elói Guimarães, tendo votado os
Vereadores Aldacir Oliboni, Carlos Pestana, Darci Campani, João Carlos Nedel,
Juarez Pinheiro, Marcelo Danéris, Margarete Moraes, Maria Celeste, Maristela
Maffei, Raul Carrion, Renato Guimarães e Zé Valdir, votação esta declarada nula
pelo Senhor Presidente, face à inexistência de quórum deliberativo. Na
oportunidade, o Vereador Luiz Braz manifestou-se acerca do pronunciamento do
Vereador João Antonio Dib, efetuado durante o encaminhamento à votação do
Requerimento acima referido. Também, foi apregoada a Emenda n° 041, de autoria
do Vereador Raul Carrion, Líder da Bancada do PCdoB, subscrita pelo Vereador Zé
Valdir, ao Projeto de Resolução nº 082/03 (Processo nº 4413/03). Às dezoito
horas e sete minutos, constatada a inexistência de quórum deliberativo, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores
para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram
presididos pelos Vereadores João Antonio Dib, Elói Guimarães e Ervino Besson e
secretariados pela Vereadora Maria Celeste. Do que eu, Maria Celeste, 1ª
Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após lida e aprovada,
será assinada pelos Senhores Vereadores presentes.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Passamos à
A
Sra. Lúcia Castêncio, representando o Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente, está com a palavra, para tratar de assunto relativo
às eleições dos Conselhos Tutelares, pelo tempo regimental de 10 minutos, e o
desejo é apresentar a Comissão que comandará as eleições. Ao mesmo tempo,
convido os integrantes da comissão coordenadora da eleição a tomarem assento à
Mesa.
A SRA. LÚCIA CASTÊNCIO: Boa-tarde, Sr. Presidente da Câmara de
Vereadores, é um grande prazer estarmos aqui com vocês, e, cumprimentando o
Presidente da Casa, cumprimento todos os Vereadores presentes neste ato.
É
de suma importância para nós podermos retornar a esta Casa, após o período que
aqui estivemos, e solicitamos a antecipação da eleição dos Conselhos Tutelares.
Já
estamos na trajetória do início deste pleito tão importante para a cidade de
Porto Alegre e tão importante para as nossas crianças e adolescentes, que é a
renovação do colegiado do Conselho Tutelar. Já iniciamos, estamos aqui de uma
forma, Sr. Presidente, prestando contas das nossas ações nesta Casa, desde que
estes Vereadores, aqui presentes - esta Casa - votaram de maneira unânime na
aprovação da antecipação. Em respeito a Vossas Excelências, estamos, aqui,
hoje, prestando contas, neste momento, desse ato. Claro que, em nenhum momento,
nós temos esquecido as solicitações dos Vereadores, as preocupações que,
naquele ato da aprovação, colocaram ao Conselho Municipal dos Direitos da
Criança e do Adolescente; estamos aqui por esse motivo.
Nós
já iniciamos, Sr. Presidente, caros Vereadores, o processo, como eu disse.
Iniciamos com uma jornada de estudos e reflexão de informação e formação aos
candidatos para a eleição de 2004, para maio de 2004. Foram três dias na Escola
Parobé, contamos com o apoio da Secretaria de Educação do Estado, que nos cedeu
escolas estaduais para que esse ato pudesse acontecer. Foram em torno de 400
candidatos que participaram de três dias de jornada; lincada a esses três dias
de jornada, tivemos no sábado, dia 29, a continuação da jornada em todas as
oito regiões da cidade de Porto Alegre.
Então,
todo candidato, a pessoa que quer ser, que tem a vontade de ser candidato foi
lá, discutiu amplamente na sua região. Fizemos em todas as regiões do Conselho
Tutelar, Micro 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, e 8, durante todo o dia, na cidade de Porto
Alegre. Foi, podemos dizer assim, de extremo sucesso esse momento de formação e
de informação lá dentro de cada região. As pessoas estão-se colocando à
disposição a esse desafio do Conselho Tutelar de poder enxergar a realidade da
sua região e de ver quem são as outras pessoas que também estão nessa mesma
trajetória, no interesse, no intuito de chegar ao pleito de se eleger
Conselheiro Tutelar em 2004.
Então,
estamos nessa trajetória. As inscrições para o Conselho Tutelar estão abertas,
a partir do dia 1º de dezembro de 2003, que foi segunda-feira, a 9 de janeiro
de 2004. Então, estamos no período de inscrição, documentação, tudo que é
necessário, que está previsto no pleito, as pessoas interessadas devem levar. A
prova de conhecimento acontecerá no dia 21 de março, aquela prova tão
discutida, que é importante, o Conselho Municipal de Direitos da Criança e do
Adolescente ainda sente a necessidade e a importância de que essa prova tenha
de acontecer; ainda é necessário ter de acontecer essa prova de conhecimento.
E
o dia da eleição acontecerá, então, no dia 30 de maio. É no último domingo de
maio.
Então,
neste momento, neste ato aqui, estão também presentes: a Presidente da Comissão
Eleitoral, Alice Duarte de Bitencourt, e os demais representantes, Beatriz
Ribeiro dos Santos, que representa a Câmara de Vereadores lá na Comissão
Eleitoral, Maria Dinair Gonçalves, que representa Fórum de Entidades, Marcos
Bochettin, que representa a Corregedoria dos Conselhos Tutelares e a Rose Carla
Silva Correa, é assessora da SGM, representa a Secretaria-Geral do Governo na
Comissão Eleitoral. Algumas pessoas não puderam se fazer presentes aqui, agora
à tarde, mas esses estão aqui representando o coletivo da Comissão Eleitoral. A
Comissão está tentando fazer o pleito o mais transparente possível, e, para
isso nós queremos contar com esta Casa, com os Vereadores, que se possa
trabalhar no sentido de que tenhamos candidatos comprometidos com a questão da
criança e do adolescente, realmente comprometidos, imbuídos e envolvidos na
região. Ele não passa, esse pleito, por um critério político ou partidário, ele
passa por um critério de política de assistência social, de pessoas envolvidas
na política da criança e do adolescente na cidade de Porto Alegre, e nós
queremos contar com cada Vereador desta Casa para nos ajudar nessa
transparência que estamos levando desde o início, desde que estivemos aqui, e
por vocês esse Projeto foi aprovado.
Estamos
tentando levar claro, transparentemente, visivelmente, cada discussão que aqui
vocês fizeram, cada ponto positivo e negativo elencado por vocês, Srs.
Vereadores, naquele momento de aprovar um gesto com a cidade de Porto Alegre,
com as nossas crianças, quando aprovaram com tranqüilidade, de maneira unânime,
aqui por esta Casa, o Projeto. Então, queremos contar com vocês nesse sentido,
ou seja, que possa mais uma vez cada Vereador, independentemente de segmento
partidário, trazer, nas suas discussões, o assunto no sentido de que esse
pleito é um pleito pela política da criança e do adolescente na cidade de Porto
Alegre, e que a gente possa contar com a maior transparência possível. Nós
estamos, diretamente, a Comissão Eleitoral, também em contato com o Ministério
Público. Cabe a ele a fiscalização desse pleito e ele poderá estar lá nos pautando
e dizendo: “Vocês estão andando correta ou incorretamente”. Então, todos os
nossos passos têm sido em todas as direções. A Comissão Eleitoral também chamou
todos os demais Conselhos responsáveis por dar os atestados, os certificados,
para que se possa trabalhar numa única linha.
Na
questão da elaboração da prova, vocês devem também estar-se perguntando a
respeito; o Conselho, de acordo com a lei, de acordo com o Regimento, já
convidou os devidos segmentos para comporem e elaborarem a prova. Essa prova,
tão discutida, tem de ser muito bem organizada e bem pautada, dentro da
realidade, e ser objetiva. Também, com essa preocupação, já chamamos um grupo
de pessoas que estarão elaborando essa prova com representação da UAMPA - União
das Associações dos Moradores de Porto Alegre; da representação do Fórum
Municipal de Entidades, do Movimento de Justiça e Direitos Humanos e
representantes do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
(Aparte
anti-regimental.)
A
SRA. LÚCIA CASTÊNCIO: Não
posso responder essa provocação, Ver. Haroldo de Souza. Posso-lhe responder
essa pergunta. As nossas crianças continuam ainda nas ruas da cidade de Porto
Alegre por falta de políticas claras que todos, envolvidos, imbuídos, juntos
poderemos construir. Nós não poderemos apenas esperar que um lado construa. Nós
não podemos esperar que apenas um lado construa.
O
art. 4º do Estatuto da Criança e do Adolescente nos reporta ao dever da
família, da sociedade e do Poder Público em geral. É dever de todos essa construção,
e nós estamos trabalhando por isso e trilhando por essa trajetória de
construção em conjunto, com transparência e com clareza.
Por
isso, vimos aqui, hoje, dar seguimento ao processo que iniciamos tão
respeitosamente com esta Casa, com todos os Vereadores aqui presentes.
Eu
agradeço ao Sr. Presidente por esta oportunidade de o Conselho poder vir aqui
dar esse relato de como estamos procedendo nesse pleito eleitoral.
Muito
obrigada.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa dá as boas-vindas à Presidente
Lúcia Castêncio, do Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente.
Também registra a presença, na Mesa, de Alice Duarte de Bitencourt, Presidente
da Comissão Eleitoral; da Sra. Rose Carla Silva Correa; da Sra. Beatriz Ribeiro
dos Santos; do Sr. Marcos Bochettin e de Maria Dinair Gonçalves.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. RAUL CARRION: Em primeiro lugar, queremos deixar a
nossa saudação à companheira Lúcia Castêncio, uma lutadora nesse campo, em nome
de quem saúdo todos os demais componentes da Mesa e todos os conselheiros e
conselheiras tutelares da Cidade de Porto Alegre, que fazem um trabalho
abnegado, demonstrando grande dedicação. E muitas vezes são injustamente
acusados de serem os culpados pela situação em que se encontra a nossa
infância, a nossa juventude, as nossas crianças e adolescentes, que não decorre
evidentemente do trabalho do Conselho Tutelar, mas decorre de uma sociedade
injusta, de uma sociedade que marginaliza uma enorme parcela da população. E,
ao marginalizar essa população, evidentemente que marginaliza os jovens, as
crianças e os adolescentes. Mas, apesar de toda a falta, às vezes, de recursos,
de meios materiais, nós sabemos o trabalho que os Conselhos Tutelares fazem em
Porto Alegre e em todo o Brasil; uma grande conquista da cidadania, por meio do
Estatuto da Criança e do Adolescente.
Queríamos
também manifestar, nesta oportunidade, a nossa postura, como Vereador do
Partido Comunista do Brasil, contrária ao retorno, hoje, da discussão da
redução da idade penal das crianças e dos adolescentes; como se colocar os
jovens deste País na mesma vala comum dos criminosos fosse ajudar alguma coisa.
Se há que revisar, em algum aspecto, o Estatuto da Criança e do Adolescente,
que façamos isso. Agora, a essência do problema é que o tratamento da criança e
do adolescente tem de ser diferenciado, em outro nível, em outros institutos,
com outra legislação do que os adultos que cometem crimes.
Então,
não só parabenizamos a vinda aqui dos representantes do Conselho e auguramos um
bom resultado eleitoral, que o qualifique ainda mais, mas queremos também
deixar registrada, neste momento, a nossa postura contrária a essa proposta de
redução da idade penal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sra. Lúcia Castêncio, o
meu carinho, o meu respeito – absolutamente o meu respeito -, e a certeza de
que fiz apenas uma pergunta e não uma provocação, e que eu reconheço o trabalho
de vocês, conselheiros tutelares. Isso é fantástico para a Cidade. Mas, a minha
bandeira é, realmente, lutar pelos meninos de rua, e cada vez que eu ouço
alguém falando sobre crianças, eu me meto no assunto. Eu acho que renovar o
colegiado do Conselho Tutelar é importantíssimo. Idéias novas, novos planos,
novos trabalhos, mas nós, políticos - a senhora disse bem -, é que precisamos movimentar
essa máquina política para dar condições aos conselheiros tutelares de,
realmente, desenvolverem os seus trabalhos. Há uma denúncia, que o Ver.
Sebastião Melo recebeu – e a gente pode usar o espaço da Bancada -, sobre o
corte de telefone dos Conselhos Tutelares. E aí?
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. SEBASTIÃO MELO: Nós queremos saudar a Presidenta e os
demais componentes da Mesa, os senhores e as senhoras do Conselho Tutelar, e
queremos aqui ratificar, Lúcia, que a concepção do Conselho Tutelar, essa lei
infraconstitucional depois da Constituinte, eu diria que foi um avanço muito
grande, mas quem tem de dar o suporte é o Poder Público para o bom
funcionamento. Não basta apenas dar o mandato a um conselheiro, a uma
conselheira, é preciso haver políticas públicas que produzam, junto com os
conselheiros, essa inserção e esse retorno ao convívio familiar. Eu quero dizer
que chegou ao nosso gabinete, Ver. Haroldo de Souza, uma denúncia – e o Governo
poderá nos responder - de que, na maioria das regiões, ontem, foram cortados os
telefones do Conselhos Tutelares por falta de pagamento. Quero dizer que isso é
muito grave, porque, se sequer o telefone do Conselho Tutelar está funcionando,
imagina a gasolina do carro ou a tinta da impressora; imagino que não estejam
funcionando também. Isso é muito grave! Com certeza, o Governo vai ter a
atenção de cortar um pouco do dinheiro do Cidade Viva e pagar os telefones do
Conselho Tutelar; não foi só de uma região, foram algumas regiões. Não sei se
hoje está religado, mas ontem estava cortado. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa registra que gostou dessa
demonstração de solidariedade; o tempo foi dividido fraternalmente e
regimentalmente, sem dúvida nenhuma. Cumprimentos.
O
Ver. Cassiá Carpes está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, quero saudar a Sra.
Lúcia Castêncio, como Vereador, como Presidente da Comissão de Direitos Humanos
e do Consumidor, colocando-nos sempre à disposição, porque entendemos que o
conselheiro tutelar tem de ter muito mais condições de trabalho. Eu acho que
ele faz um trabalho importantíssimo para a Cidade, um trabalho importantíssimo
para as famílias, para as crianças e adolescentes. Portanto, colocamos à
disposição, novamente, a nossa Comissão de cinco membros, de vários Partidos
políticos, que tem trabalhado nesse sentido e vai continuar a apoiá-los no objetivo de melhorar as condições,
principalmente, na Cidade. Parabéns pelo trabalho até então, e que nós tenhamos
uma eleição tranqüila, voltada sempre para o interesse da comunidade e das
crianças e adolescentes de nossa Cidade. Obrigado pela sua presença, mais uma
vez, aqui.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: A minha saudação à Sra. Lúcia Castêncio.
Quero dizer, Sra. Lúcia, que não é só essa informação que eu tenho, eu gostaria
muito que se fizesse uma Tribuna Popular aqui, para se discutir os problemas do
Conselho Tutelar, e não as excelências do Conselho Tutelar. A gente vê, pela
sua forma de falar e pelo seu jargão, nós sabemos, que a senhora pertence ao
Partido dos Trabalhadores, tudo bem, mas o que para nós é muito estranho é não
serem debatidas questões como a pré-escola em Porto Alegre, que é toda a fonte
de retroalimentação da FEBEM e das prisões. Nós temos um dos grandes
calcanhares-de-aquiles das administrações, já há quatro legislaturas na Cidade
de Porto Alegre, que é a questão da pré-escola. E o que é pior, nós temos
informações que, inclusive, várias sedes de Conselhos Tutelares na Cidade não
pagam o aluguel e algumas delas estão sendo despejadas; não é só a questão dos
telefones. Eu acho que isso é um problema muito sério, e isso mereceria, sim,
uma Tribuna Popular. Quanto ao fato de a senhora ser transparente, isso é um
pré-requisito, é uma obrigação, especialmente quando, agora, do exame de
admissão. Nós queremos um Conselho Tutelar muito mais atuante e muito mais
voltando para os interesses dessa parcela da população que mereceria dos
governos muito mais atenção do que está merecendo.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu queria, em nome da Bancada do Partido
Progressista, do Ver. João Antonio Dib, do meu, do Ver. Pedro Américo Leal, que
está em licença, e do Ver. Beto Moesch, dar as boas-vindas à senhora e a todos
os membros da Comissão Eleitoral do próximo pleito, e agradecer a sua presença
aqui, porque nós gostamos que venham dar-nos notícias dos Conselhos. Não é
prestar contas, mas dar informações. Isso é muito importante para nós.
Eu
também estou a par do corte de luz, de telefones, por falta de pagamento, o
que, talvez, tenha sido apenas um lapso, o que é fácil de corrigir.
Eu
queria lembrá-la de que há um Projeto, de minha autoria, que se chama:
Sensibilidade Social. Ele prevê arrecadar recursos para o Fundo Municipal de
Assistência Social, permitindo, como a Assistência Social é um grande
guarda-chuva, destinar recursos a instituições que cuidam das crianças também.
Acho que isso é uma boa notícia se esse Projeto vir a ser aprovado.
Eu
quero, então, cumprimentá-la pelo trabalho; nós temos dificuldades, sabemos,
mas temos de enfrentá-las. Eu tenho certeza de que vocês estão-se esforçando
para cumprir os seus objetivos, que são importantes para a Cidade. Parabéns.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, minha cara Lúcia Castêncio, Presidenta do Conselho Municipal dos
Direitos da Criança e do Adolescente, ao saudá-la, com muito carinho, saúdo a
todas as pessoas que compõem a Mesa.
Eu
quero dizer que o trabalho do Conselho Tutelar é muito digno, é um trabalho
muito abnegado, porque quem lida, hoje, com a sociedade em que nós vivemos, com
a situação da nossa juventude, dos nossos adolescentes, sabe que a situação é
extremamente séria.
Portanto,
se há um trabalho digno, se há um trabalho, hoje, que nós temos de ter o
reconhecimento, é o trabalho do conselheiro. Eu sei o trabalho do conselheiro
tutelar, o que é que vocês enfrentam no dia-a-dia. Mas, que bom que vocês vêm a
esta Casa trazer, também, as preocupações de vocês. E a Casa tem de estar ao
lado de vocês, tem de estar junto com os conselheiros tutelares, porque nós
queremos, sim, uma vida melhor, principalmente para os outros jovens.
O
Ver. Raul Carrion falou sobre a redução da idade penal. Eu acho que nós temos
de ampliar essa discussão para as instâncias superiores. Inclusive, minha cara
Presidenta, há pessoas totalmente contrárias, pessoas que têm, atualmente, uma
representatividade respeitável neste País e que, hoje, estão mudando um pouco a
sua posição. Eu acho que é extremamente importante que aprofundemos essa
discussão, e vocês, dos Conselhos Tutelares, sem dúvida nenhuma, serão uma das
palavras extremamente balizadas para fazer essa discussão, a qual, eu tenho
certeza, que com o decorrer do tempo, vai-se aprofundar cada vez mais.
Eu
quero saudá-la e a todas essas pessoas, a todos os conselheiros tutelares pelo
abnegado trabalho que vocês prestam à cidade de Porto Alegre. Eu falo em meu
nome e em nome do meu Partido, o PDT.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Ver.ª Maria Celeste está com a palavra
nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, eu quero fazer uma
saudação especial à Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente, Sra. Lúcia Castêncio, bem como à Sra. Alice Bitencourt, que é a
Presidente da Comissão Eleitoral, a qual é apenas um dos vieses do trabalho
estabelecido na Lei Municipal que criou o Conselho Tutelar na cidade de Porto
Alegre.
Pelas
ansiedades colocadas pelos Vereadores, Sras. Presidentas – tanto da Comissão
Eleitoral, quanto do Conselho Municipal -, percebe-se o quanto o tema da
infância, em nossa Câmara Municipal, é necessário, ou seja, se faz necessária a
discussão sobre esse tema. É a questão dos meninos de rua, a questão da redução
da idade penal, é a questão dos Conselhos Tutelares. O Conselho Tutelar é
apenas um dos órgãos, que prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente, para a
defesa dos direitos das nossas crianças e dos nossos adolescentes.
Há
alguns anos nós tínhamos, no nosso País, o Código de Menores, que tratava a da
criança sob o ponto de vista de que ela era um objeto. Portanto, os meninos e
meninas de rua simplesmente deveriam ser recolhidos; e não tratados, levados a
um programa que, com toda a discussão do Estatuto da Criança e do Adolescente,
veio a aportar na cidade de Porto Alegre.
Porto
Alegre foi a primeira Capital a criar os Conselhos Tutelares, justamente para
ter a garantia da defesa dos direitos das nossas crianças e adolescentes. Todos
nós somos companheiros, sim; companheiros de luta na defesa do direito da criança
e do adolescente. Por isso, Ver. Cláudio Sebenelo, nós nos tratamos sempre por
companheiros e companheiras, porque é uma luta muito maior, para além dos
Partidos.
Eu
queria dizer, também, da importância dessa Comissão Eleitoral vir a esta Casa,
mostrando toda a transparência de um processo eleitoral, de um pleito eleitoral
que será realizado no ano de 2004 - um ano também eleitoral para esta Casa. Eu
quero saudar essa iniciativa, isso tem de ficar gravado na memória de todos os
Vereadores.
Nós
estamos tratando aqui de um aspecto da Lei Municipal que criou o Conselho
Tutelar e a transparência em todo esse processo. Esse gesto de vocês para nós é
extremamente significativo, porque mostra a seriedade do trabalho do Conselho
Municipal. E não se poderia esperar de uma outra forma, não é apenas uma
obrigação, mas vocês estão tendo um gesto de vir até esta Casa, que aprovou a
Lei Municipal que criou o Conselho Tutelar, e dizer da necessidade da
transparência nesse processo.
Por
fim, Sr. Presidente, quero dizer que todos os telefones dos Conselhos Tutelares
foram religados, houve realmente um problema no dia de ontem, mas hoje tudo já
foi restabelecido. E também gostaria de dizer que temos de lutar muito, e esta
Casa tem responsabilidade sobre isso, para a implementação dos programas no
atendimento da criança e do adolescente. Sabemos que o Conselho Tutelar é um
dos melhores do nosso Estado em termos de pagamento de salários e de
equipamentos, mas muito ainda precisamos construir na questão dos programas de atendimento.
Obrigada pela tolerância, Sr. Presidente.
(Não
revisto pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Prezada Lúcia Castêncio, Presidente do
Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, demais componentes
da Comissão Eleitoral; quero saudá-la, Lúcia, por esse trabalho que o CMDCA tem
feito aqui em Porto Alegre, e, como Presidente da Comissão Especial, recentemente
tivemos a oportunidade de trazer o CMDCA e várias instituições para o seio da
Comissão. Lembro-me que tu levantaste aquela questão das 595 crianças que vivem
na rua, em Porto Alegre, mas que não são, na totalidade, de Porto Alegre. Nós
tivemos o cuidado de, imediatamente, fazer uma reunião com as demais Câmaras
Municipais da GRANPAL, ou seja dos oito Municípios, para também sensibilizar os
demais Vereadores para que cada Município pudesse equacionar; porque muitas
vezes nós, como Vereadores, não dimensionamos esse problema e achamos que é um
problema somente da Cidade. Na realidade é um problema da Cidade, sim, mas
também da sociedade, do Poder Público, de cada um e de cada uma.
Portanto,
queremos parabenizar por esse trabalho, pela transparência, pela qualificação
que a cada ano se busca, desses futuros conselheiros tutelares. Então, em nome
do nosso Partido, o Partido Socialista Brasileiro, queremos parabenizar toda a
Comissão por esse trabalho que está sendo posto para o pleito de maio. Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Agradecemos pela presença do Conselho
Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, representado por sua
Presidente, Sra. Lúcia Castêncio. Agradecemos pela presença da Comissão Eleitoral
constituída pela Presidente Alice Duarte de Bitencourt, Sra. Rose Carla da
Silva Correa, Sra. Beatriz Ribeiro dos Santos, Sr. Marcos Bochettin e Sra.
Maria Dinair Gonçalves. Nós desejamos que a Comissão Eleitoral atinja os seus
objetivos, isto é, faça com que a Cidade consiga escolher excelentes
conselheiros para que ajudem às nossas crianças e, também, recebam ajuda de
todos aqueles que devem participar na solução desse problema que é muito sério
e muito grave. Saúde e paz, vocês serão sempre bem-vindos. (Pausa.)
Retomamos
os trabalhos desta Sessão. Estamos a seis Sessões do término da Sessão
Legislativa.
Passamos
à
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1.ª SESSÃO
PROC.
3585/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 193/03, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
denomina Rua Siegfried Gunther Fischer um logradouro não-cadastrado, localizado
no Bairro Jardim Botânico.
PROC.
6522/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 466/03, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
institui o Dia do Garçom.
2.ª SESSÃO
PROC.
6350/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 458/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
dispõe sobre a instalação de recipientes para a coleta de baterias usadas de
telefones celulares e outros. Com Emenda
n.º 01.
PROC.
6411/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 459/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
cria o Programa Ajuda de Custo, destinado aos professores lotados na rede
municipal de ensino e dá outras providências.
PROC.
6463/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 464/03, de autoria do Ver. Haroldo de Souza, que
dá nova redação ao art. 4.º da Lei n.º 8.083, de 12 de dezembro de 1997, que
institui a Feira do Disco em Porto Alegre e dá outras providências.
PROC.
6538/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 467/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
denomina Rua José Otavio Linhati um logradouro público não-cadastrado,
localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC.
6605/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 122/03, de autoria da Mesa Diretora, que altera a Lei n.º 5.811/86,
dando nova redação ao inciso III do parágrafo único do art. 43, ao “caput” do
art. 45, suprimindo-se seu parágrafo único e os incisos I e II deste, bem como
dando nova redação ao § 3.º do art. 47, que dispõem sobre gratificação aos
funcionários em atividade de preparo de pagamento, e dá outras providências.
3.ª SESSÃO
PROC.
6089/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 112/03, de autoria do Ver. Carlos Alberto Garcia, que concede o
título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao Senhor Eduardo Henrique
de Rose.
PROC.
6258/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 450/03, de autoria dos Vereadores Carlos Pestana
e Aldacir Oliboni, que institui o Dia Municipal do Esqueitista.
PROC.
6418/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 120/03, de autoria dos Vereadores Valdir Caetano e João Bosco Vaz,
que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Empresário Manfred
Flöricke.
PROC.
6430/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 460/03, de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, que
denomina Rua Dr. Oddone Marsiaj um logradouro público cadastrado, localizado no
Loteamento Moradas da Hípica.
PROC.
6453/03 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º 463/03, de autoria do Ver. Ervino Besson, que
denomina Rua José Oliveira Mathias um logradouro não-cadastrado, localizado no
Bairro Lomba do Pinheiro.
PROC.
6467/03 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 051/03, que autoriza a abertura de crédito
especial no Executivo Municipal no valor global de R$ 22.000.000,00 e dá outras
providências.
PROC.
6541/03 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 052/03, que autoriza a alienação de ações
minoritárias de propriedade do Município de Porto Alegre e dá outras
providências.
PROC.
6587/03 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N.º 020/03, de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
acrescenta § 6.º ao art. 36 e § 3.º ao art. 39 da Lei Complementar n.º 170, de
31 de dezembro de 1987. (cálculo tarifa industrial/DMAE)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Haroldo de Souza está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, que todos nós tenhamos uma tarde bastante tranqüila e que todos
nós, Vereadores, nos preocupemos, depois da reunião de Mesa que tivemos hoje,
com a atuação das nossas taquígrafas, com essas meninas fantásticas e que estão
sobrecarregadas, sim. O nosso Gabinete está procurando - na tentativa feita
pelo Presidente Dib - enviar sugestões no sentido de diminuir a carga de
trabalho da equipe fantástica de Taquigrafia que nós temos na Casa.
Eu
estou com três Projetos na Pauta, mas eu gostaria de falar sobre a Feira do
Disco, que foi instituída num Projeto do Adeli Sell, que hoje é Secretário.
Conversando com o Adeli Sell, com quem eu mantenho um excelente relacionamento
de amizade e, politicamente falando, ocorreu-nos a idéia de alterar a data da
Feira do Disco, para que seja aproveitada toda a infra-estrutura montada na Praça
da Alfândega para a realização da Feira do Livro, evitando-se, assim gastos
desnecessários com montagem da cobertura e do palco. Ou seja, o mesmo cenário
seria utilizado para realização de ambos os eventos.
Além
disso, há de se aproveitar também o espírito do público que freqüenta a Praça
durante a Feira do Livro, que estará automaticamente motivado para a
continuação da festa, com a instalação imediata da Feira do Disco, resultando,
para esta última, mais divulgação, mais público, mais vendas, porque estará se
aproximando o Natal, e a música é um presente dos mais úteis. É com esse
propósito e com o entendimento feito anteriormente com o Adeli Sell, que é o
autor do Projeto aprovado e já sancionado da Feira do Disco, que apresentamos
esse Projeto, para que nós possamos colocar as duas já no ano que vem nessas
condições.
Algumas
coisas me deixam, gente, encafifado. A Reforma Agrária, por exemplo, e sua
história é uma delas. É uma incompetência, no meu entendimento, de todos os
Governos que passaram na República Federativa do Brasil. A criação do MST
surgiu pela falta da Reforma Agrária, ou não? E aí nós esperávamos que aquele
que é participante direto dos problemas criados pelo MST tomasse a posição.
Parece que a coisa não está sendo assim.
Mas
eu disse encafifado, porque eu também tenho a minha preocupação com a classe
dos professores no País. Um País só decola, de fato, com educação, antes mesmo
da economia. A história do mundo está aí para comprovar o que eu estou dizendo.
A educação é primordial para o desenvolvimento dos povos. Temos de entender
isso. Então, fico muito encafifado, porque ao longo dos tempos, os professores,
a exemplo do problema da Reforma Agrária, são um câncer do problema social. E o
professor deveria ser atendido em todos os seus sentidos. Por isso, eu criei,
estou criando um Projeto e o apresentando.
Um dos grandes problemas da educação fundamental é a falta de qualificação
do profissional que atua diretamente com o aluno. Muitos são os motivos dessa
falta de qualificação: falta de tempo, de interesse. Mas o mais grave é a falta
de dinheiro para arcar com os custos de um ensino que possa beneficiar tanto o
professor quanto o aluno, já que é o aluno quem vai usufruir o melhor ensino.
Ensino
qualificado é a preparação de um melhor cidadão, conhecedor dos seus direitos e
de suas obrigações. O Projeto, de certa forma, resgata também a auto-estima do
educador, que anda em baixa dados os baixos salários, as condições do seu local
de trabalho, etc., etc.
Eu peço a colaboração dos nobres colegas para que, a fim de
tentar melhorar o Ensino Fundamental, estudem com muito carinho este Projeto,
para que nós possamos entrar num acordo. Se ele não for aprovado no todo, que
alguma coisa seja feita pela classe dos professores deste País.
Eu
entendo – repito – que a educação deve estar acima de tudo e em primeiro lugar.
Este Projeto cria o “Programa de Ajuda de Custo”, destinado aos professores
lotados na Rede Pública Municipal de Ensino, para graduação em nível superior,
e dá outras providências.
Era
isso que eu tinha para debater aqui, em discussão de Pauta, não usando todo o
espaço, porque é minha intenção diminuir, cada vez mais, os espaços utilizados,
falando somente aquilo que realmente interessa à coletividade de Porto Alegre.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, está tramitando, hoje, o Projeto dando a uma rua o nome de
Siegfried Gunther Fischer. É importante ressaltar quem foi Siegfried Fischer.
Ele faleceu no início deste ano. Era arquiteto, ex-atleta de ginástica, tendo
toda a sua vida ligada à SOGIPA.
Nos
últimos anos era vice-Presidente da Federação Internacional de Ginástica - a
FIG -, era o representante da América Latina junto à Federação Internacional.
Sem
sombra de dúvida, podemos dizer que o grande crescimento que a ginástica
artística e rítmica tem hoje deve-se muito à pessoa de Siegfried Fischer, que,
em todos os lugares do mundo, sempre abriu portas, abriu espaços. E não foi por
acaso que essas aberturas permitiram que hoje todo o povo brasileiro possa
regozijar-se com o resultado de Daiane dos Santos, que ganhou o Campeonato
Mundial e agora ganhou a Copa do Mundo.
Posso também lembrar de um lugar, onde trabalhei durante 24
anos: fui Diretor do Centro Estadual de Treinamento Esportivo, o CETE, e a sua
estrutura, o projeto arquitetônico foi concebido pelo Siegfried Fischer,
durante muitos anos Diretor da SOGIPA. Seus filhos são ex-ginastas; inclusive
um ainda é funcionário da SOGIPA, o Prof. Erlo. É daquelas pessoas que,
realmente, fizeram a história esportiva de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e
do Brasil.
Então,
queremos parabenizar o Ver. João Bosco Vaz por esta iniciativa que realmente
vai marcar o nome de uma figura ímpar, que fez história junto ao nosso Estado.
Outro
Projeto de nossa autoria que está tramitando, concede o Título de Cidadão
Honorífico de Porto Alegre ao Eduardo de Rose. Já falei algumas vezes que
Eduardo Henrique de Rose - o Dr. de Rose, como é conhecido -, sem sombra de
dúvida, hoje, é a maior figura mundial quando nós falarmos do assunto de doping; é requisitado em todos os
continentes para emitir pareceres sobre doping;
é uma pessoa atualizadíssima, que recebeu distinções em inúmeros países, mas a
nossa Cidade, Porto Alegre, ainda estava devendo isso para esse seu filho
ilustre.
Então,
de maneira simples, singela, nós resolvemos propor que a Câmara Municipal de
Porto Alegre pudesse homenagear o Dr. Henrique de Rose, fazendo com que essa
figura, daqui a algum tempo, assim que for aprovado, pudesse receber essa
honraria, que é o maior Título aqui da Casa. Ao mesmo tempo, o de Dr. Rose,
figura - com eu já disse - destacada no meio desportivo, que recebeu as mais
altas honrarias em nível mundial, seja pelas diversas confederações
desportivas, seja pelo Comitê Olímpico Internacional, pelas diversas
confederações internacionais esportivas, é daquelas pessoas que luta, cada vez
mais, por aquilo que se chama no mundo desportivo de fair play, ou seja, o esporte praticado na íntegra, com saúde, com
qualidade de vida e eximindo-se daquilo que muitos buscam, ou seja, o doping e elementos estranhos para que
possam obter outros recursos e ganhar títulos de forma escusa.
Então,
é por isso que nós - e hoje é o último dia de Pauta - mais uma vez queremos
enfatizar aos colegas Vereadores que, quando entrar esse Projeto para ser
votado, nós possamos aprová-lo de forma unânime, mostrando o reconhecimento da
cidade de Porto Alegre a essa figura ilustre, o Dr. Eduardo Henrique de Rose.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Reginaldo Pujol está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Zé Valdir está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver.
Haroldo de Souza, diligente Vereador, apresenta três Projetos.
O
primeiro é esse que o próprio Vereador debateu aqui no plenário, sobre a
alteração da semana da Feira do Disco, que, pela Lei atual, se realiza na
Semana de Porto Alegre, que passaria a se realizar na seqüência da Feira do
Livro. O Vereador utiliza basicamente dois argumentos: o primeiro, no sentido
de que isso possibilitará a racionalização e o aproveitamento de toda a
estrutura existente na Feira do Livro, também auxiliando na divulgação,
realizando-se a Feira do Disco na seqüência. O segundo é aproveitar a motivação
pública, porque as pessoas já estariam motivadas para a Feira do Livro, e se
continuaria com a Feira do Disco.
Eu
acho que foi uma idéia muito boa, uma idéia inspirada do Vereador, e não tenho
nenhuma contrariedade com esse Projeto; pelo contrário, só tenho elogios.
Um
outro Projeto do Vereador é o que cria um programa de ajuda para os professores
municipais das Escolas Infantis e do Ensino Fundamental para que possam fazer
curso superior. O Vereador argumenta sobre a questão do salário dos professores
do Município. Nunca se ganha o suficiente, sempre o salário vai ser
insuficiente. Eu vou voltar a falar sobre esse Projeto, porque penso que ele é
absolutamente inconstitucional, aliás, a Procuradoria da Casa, mesmo que de
forma um tanto quanto lacônica, disse isso.
Quero
chamar a atenção do Vereador sobre essa questão dos salários que, se o objetivo
é esse, o foco está totalmente errado, porque o Vereador deveria-se preocupar
com os professores do Estado, que inclusive são do seu Partido. Eu tenho a
tabela de salários aqui para nós compararmos. O salário básico de um professor,
Nível 1, com Curso Normal no Município – sobre o qual incidirão todas as
vantagens, triênios e avanços - é de R$ 716,00, chegando a mais de mil reais; o
salário básico do mesmo professor no Estado é de R$ 227,00. O salário básico de
um professor com Licenciatura Plena, portanto, com curso superior, no Município
é de R$ 1.108,00, para trabalhar 20h; o salário básico do professor no Estado
para trabalhar as mesmas 20h é de R$ 295,93. O salário básico de um professor
no Município, com pós-graduação, para trabalhar 20h é de R$ 1.301,00 - sobre o
qual incidirão algumas vantagens, chegando, então a 2 mil e pouco; o salário
básico do mesmo professor no Estado é de R$ 341,46. Esses professores do Estado
ainda estavam em uma situação pior, agora o seu salário foi recuperado, pois
todas as promoções que estavam atrasadas – esses professores não faziam jus às
promoções desde o tempo do Antônio Britto -, foram recuperadas no Governo do
Olívio. Nós estamos debatendo sobre a Cidade, esses professores dão aula aqui
na nossa Cidade, aliás, a maioria dos professores.
O
Vereador não gosta quando se bate em seus aliados! Na grande maioria das
escolas de 1º e 2º graus é onde estão esses professores do Estado, Vereador!
Então o Vereador, que é do Partido que está dirigindo o Estado, que, aliás, o
Partido que não tinha nem recuperado as promoções do professores estaduais, vem
aqui fazer essa demagogia, apresentar um projeto que cria um fundo que, na
verdade, é para beneficiar as escolas privadas de 3º grau com a demagogia de
que os salários dos professores do Município são baixos. São baixos, porque
nenhum salário é suficientemente alto, mas são, absolutamente, positivamente,
diferentes se compararmos com os do Estado. E o Vereador deveria, a sua Bancada
do PMDB preocupar-se e, pelo menos, não fazer o que o Antônio Britto fez, que
deixou os professores, além do salário baixo, sem promoções. Que pelo menos
isso em relação aos professores do Estado, o Vereador poderia alertar o seu
Governo.
O
outro Projeto do Ver. Haroldo de Souza, obriga as empresas e redes autorizadas
a dotarem-se – ele não diz quem vai dotar – de recipientes para coleta seletiva
dos materiais que utilizam. Acho que esse Projeto é muito bom, mas possui
alguns problemas técnicos que quero, oportunamente, esclarecer com o Vereador.
Eu listei três problemas: não apresenta no seu Projeto nenhum dado na
justificativa de qual é o potencial nocivo dos materiais. Segundo, não diz quem
é o responsável por dotar essas empresas com esses equipamentos. E terceiro,
que acho o mais sério tecnicamente, não prevê nenhuma sanção no caso de
descumprimento da Lei. Portanto, essas observações, se puderem ser corrigidas,
o Projeto do Ver. Haroldo de Souza seria muito bom. Obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Renato Guimarães está com a
palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. A Ver.ª Maria Celeste está com
a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste. O Ver. Elói Guimarães está
com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há na
Pauta um Projeto de Resolução da Mesa alterando a Lei nº 5.811, de 1986, que
dispõe a respeito de reestruturação, uma gratificação aos funcionários em
atividade no preparo da folha de pagamento e dá outras providências. Tem sido,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, preocupação de todos a estrutura da Casa, em
várias Direções, em várias Presidências e Mesas, porque a Casa tem na sua
estrutura administrativa, serviços, na minha opinião, da melhor qualidade. E é
uma tradição em Porto Alegre a Administração Pública ter um serviço de
excelente qualidade em seus diversos setores, apesar de a legislação estar
desatualizada e não colocada em termos contemporâneos. Há necessidade de se fazer
uma série de ajustes na Administração, pelos seus instrumentos legais,
colocando-a ao nível das necessidades atuais e da modernidade, hoje
representada pelos sistemas de computação. Mas a Casa tem um setor importante
que é na área da Folha de Pagamento, onde havia a necessidade de se fazer um
reajuste, até em nome de algo que se chamaria de justiça administrativa em
relação a outros setores da Casa. E com esse Projeto de Resolução uma vez
aprovado, e não temos dúvida de que haverá de receber a aprovação unânime da
Casa, faz-se justiça a um setor importante e vital da Casa que é exatamente a
área da Folha de Pagamento, em que trabalham verdadeiros profissionais da Casa,
tornando-se imprescindível atender-se a essa disposição, criando um instrumento
de justiça àqueles que têm altas responsabilidades, de atuar num setor
extremamente importante e extremamente delicado para a Administração da Câmara
Municipal de Porto Alegre.
Então,
nós queremos, aqui, de pronto, nem poderia ser diferente, colocarmo-nos ao lado
e na defesa do presente Projeto de Resolução, no sentido de se criar,
exatamente, esse pequeno ajuste aos funcionários em atividade ali no preparo de
pagamento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Raul Carrion está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. RAUL CARRION: Exmo. Ver. João Dib, Presidente desta
Casa, demais Vereadores, Vereadoras, todos que nos honram com a sua presença,
no dia de hoje, nesta tarde, e os que nos assistem pela TV Câmara. Nós
queríamos iniciar esta fala em nome da Liderança do Partido Comunista do
Brasil, saudando e parabenizando a postura da nossa Prefeitura Municipal, do
Prefeito João Verle, que num posicionamento firme, sancionou no dia de ontem,
dia 02 de dezembro, a Lei que esta Casa, por amplíssima maioria, aprovou
dispondo sobre o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais aos
domingos e a sua eventual abertura ou não.
Creio
que com isso se repôs um quadro já existente há muitos anos nesta Cidade, e como
muito bem coloca a Procuradoria do Município no seu Parecer, que desde 1930,
pegando o período da República, o Município já legisla sobre dia e horário de
abertura do comércio em Porto Alegre, desde a Revolução de 30. Sem falar em
1884, antes do final da escravidão, quando, num avanço de modernidade, o
Município de Porto Alegre estabeleceu a Lei do Fechamento das Portas. E aqui,
nesta Cidade, em 1992, a Lei nº 7.109 regulamentava a abertura do comércio.
Lamentamos
que os setores do empresariado – o grande empresariado, representando os
monopólios e os shopping centers – se
irresigna diante dessa decisão, mais uma vez, do Legislativo, e comunica que
entrará na Justiça pedindo uma declaração de inconstitucionalidade da nossa
Lei.
Só queria dizer que esperamos, e temos a certeza, que o
Tribunal de Justiça do Estado cumprirá a Constituição Federal e respeitará a
decisão desta Câmara, porque a Constituição Federal, no seu artigo 30, inciso
I, afirma que “compete ao Município assuntos de interesse local” – e não há
nada mais de interesse local do que a abertura ou não do comércio.
Mas,
se isso não bastasse, gostaria de ler a Constituição Estadual, artigo 13 (Lê.):
“É competência do Município dispor sobre o horário e dia de funcionamento do
comércio local”. E, se pairasse alguma dúvida, gostaríamos de dar conhecimento
que a Constituição Estadual, no seu artigo 95: Da competência do Tribunal de
Justiça do Estado, afirma (Lê.): “Compete ao Tribunal de Justiça processar e
julgar Ação Direta de Inconstitucionalidade de lei ou ato normativo estadual,
perante esta Constituição [a Constituição Estadual] e de lei ou ato municipal
perante esta Constituição”. O acréscimo que havia no art. 95, que dizia que o
Tribunal de Justiça do Estado poderia, Ver. Sebastião Melo, julgar leis
municipais perante a Constituição Federal, foi derrubado no Supremo Tribunal
Federal. Primeiro, por uma liminar em 1990, e agora, tenho aqui nas minhas
mãos, transitado em julgado pelo Pleno, por unanimidade, que não cabe ao
Tribunal de Justiça do Estado decidir sobre eventual inconstitucionalidade de
lei municipal, perante a Constituição Federal.
Portanto,
temos absoluta certeza de que o Tribunal de Justiça do Estado não cometerá,
Ver. Juarez Pinheiro, a inconstitucionalidade de querer argumentar eventual
inconstitucionalidade da Lei aprovada por esta Casa, perante a Constituição
Federal. Se os empresários quiserem fazer isso, meu Presidente, o façam junto
ao Supremo Tribunal Federal. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cassiá Carpes está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, senhores e senhoras, surpreendentemente, hoje, pela manhã, fomos
procurados na Comissão de Direitos Humanos e do Consumidor desta Casa, por mais
ou menos 30, 40 fiscais da SMIC que estão-se negando a usarem os coletes da
SMIC. Inclusive há a ameaça do Secretário Adeli Sell de cortar o ponto ou não
deixar assinar o ponto se não usarem os coletes. Por que eles não usam os
coletes? Porque anteriormente, há pouco tempo - isso, palavra deles -, um
colega foi fulminado no Centro da Cidade quando estava identificado com o
colete, que naquela época parece que era azul e agora é bordô. Então, eles não
querem usar o colete, porque estão expostos e não têm o Poder de Polícia. No
entender deles, há uma complicação a mais que dá a entender à sociedade que a
Operação Papai Noel, que é da Brigada Militar, dá segurança aos funcionários da
SMIC. Não, não tem nada a ver uma coisa com a outra. A SMIC faz um trabalho
direcionado com os camelôs ilegais ou com as mercadorias ilegais. Portanto, a
Brigada Militar cuida da segurança da Cidade; muitas vezes, quando chamada, até
presta esse serviço, mas também a Guarda Municipal não tem o Poder de Polícia.
Portanto, está aí um problema que afeta diretamente a população no Centro da
Cidade.
Baseado
nisso, este Presidente achou melhor nós convocarmos a nossa Comissão para
sexta-feira, às 10h da manhã, para um tipo de audiência pública. Falei,
inclusive com o Secretário Adeli Sell, ele virá, e também estamos convidando a
Secretária de Direitos Humanos e Segurança, Helena Bonumá, porque também aí há
uma relação com a Guarda Municipal.
Portanto,
esse é um aspecto que vem se arrastando. Como a Guarda Municipal não tem,
ainda, o Poder de Polícia, a SMIC e a Guarda Municipal estão, conseqüentemente,
em conflito no Centro da Cidade e não querem fazer esse trabalho.
Assim
sendo, sexta-feira nós vamos tentar um acordo com o Secretário e a Sra.
Secretária para que nós tenhamos esses funcionários trabalhando bem no Centro
da Cidade, porque a mídia está usando muito bem esse espaço de que o Centro
está sendo organizado. Mas aí nos pega de surpresa, quando os próprios
funcionários que têm de organizar estão em confronto com os camelôs no Centro
da Cidade - com o que nós apoiamos perfeitamente a atitude do Secretário -, mas
que tem de mostrar à sociedade esse aspecto de que os fiscais da SMIC não estão
amparados como policiais, não querem usar o colete e dizem que o seu Estatuto
não os obriga a colocarem esse colete e sim o crachá de identificação, pois
eles se sentem melhor com o crachá do que expostos com o colete às brigas e aos
problemas referidos anteriormente, o que já trouxe a morte a um deles, se não
me engano, no início do ano, numa galeria do Centro da Cidade.
Portanto,
é importante que possamos chegar a um consenso com o Secretário e a Secretária,
porque o trabalho pode ser melhor ainda, feito com a participação dos
funcionários da SMIC. Mas, muitos deles, mais de 30, estiveram hoje aqui, não
conseguem fazer um trabalho correto, não conseguem assinar o ponto, porque não
estão aceitando o uso desses coletes que vem a identificá-los fortemente
perante o camelô, não perante a sociedade. A sociedade tem segurança por parte
da Brigada Militar, mas eles querem fazer o seu trabalho, Sr. Presidente,
diretamente com os camelôs, tendo segurança, e não o que aconteceu, como eu
disse anteriormente, quando um deles perdeu a vida no Centro da Cidade em confronto
com camelôs não regularizados.
Fica
aqui, para os Vereadores, um convite para que nós possamos debater com o
Secretário e a Secretária, com os funcionários da SMIC e com a Guarda
Municipal, sexta-feira, às 10 horas da manhã aqui na Câmara Municipal. Muito
obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. João Dib, colegas
Vereadores e colegas Vereadoras, especialmente eu quero saudar o meu colega de
Bancada, que está conosco desde segunda-feira, Ver. Bernardino Vendruscollo.
Bem-vindo Vereador, com certeza, a partir de 2005 estará permanentemente aqui
nesta Casa.
Sr. Presidente, sobre algumas questões, quero dizer o
seguinte: primeiro, eu ouvi atentamente o nosso querido Ver. Zé Valdir, bravo
Vereador, aguerrido, mas que, às vezes, tem amnésia, para não dizer
esquizofrenia, porque ele, na verdade, falou do salário dos professores do
Estado e esqueceu que eles foram Governo do Estado. Um Governo que deixou um
rombo magnífico no caixa único! Aumento, nem pensar! Reposição salarial, pelo
meio! E agora deram 1% de aumento para o funcionalismo federal! Então, eles não
têm muita autoridade para tratar dessa matéria, não é o forte da Bancada
governista.
Agora,
Sr. Presidente, V. Exa. foi Prefeito desta Cidade, foi um bom Prefeito, temos
divergência, é verdade, mas tenho um respeito muito profundo por Vossa
Excelência. Veja o que está acontecendo em Porto Alegre: venderam para o mundo
inteiro, aliás, foram até lá no exterior, dizendo que Porto Alegre recuperou as
suas finanças, sob a liderança do Partido dos Trabalhadores. E ontem,
Presidente, me dizia um funcionário desta Casa que há alguns carros, Ver. Elói,
que estão sem gasolina nesta Casa, porque a Prefeitura usou a cota da gasolina
da Câmara de Vereadores, lá no posto da Prefeitura. Ontem cortaram os telefones
dos Conselhos Tutelares de todas as regiões. Mais: de parte do gabinete do
Prefeito. Ver. Wilton, haviam cortado o pãozinho dos trabalhadores há dois
meses. Ontem, cortaram dos Conselhos Tutelares. A gasolina da Câmara de
Vereadores! Mas o Cidade Viva continua!
Aliás,
Ver. Carrion, nós estamos juntos na luta do Projeto da não-abertura do comércio
aos domingos. Mas eu acho que vou fazer uma Emenda aqui na Câmara para proibir
o Cidade Viva no Domingo, porque, se o comércio não pode abrir no domingo, como
é que o comércio do Cidade Viva vai funcionar no domingo? Por isso, Presidente,
é uma grande contradição deste Governo Municipal. Ele tem um discurso, e a
prática é completamente diferente, Ver. Sebenelo. A Saúde está um caos; a
bimestralidade dos funcionários foi cortada; os fornecedores estão atrasados,
falta gasolina, cortaram o telefone dos Conselhos Tutelares. Mas o dinheiro do
Cidade Viva continua! O Cidade Viva continua fortemente sendo anunciado pelos
meios de comunicação. E pagam à vista os meios de comunicação! Por isso, meus
queridos amigos Vereadores, este Governo é isso mesmo: tem um discurso muito
jeitoso, mas tem uma prática muito ruim. Discursa para os pequenos e governa
para os grandes.
Veja
o seguinte, Ver. Cassiá, nós não estamos no Governo do Marechal Floriano, em
que as questões sociais são tratadas como caso de polícia, Ver. Elói. Camelô,
em Porto Alegre, agora virou caso de polícia. A Prefeitura, em 16 anos, não
teve nenhuma política para o comércio informal, estimulou o comércio informal
no Centro de Porto Alegre; pois agora compra um relho ali na esquina, no
Bolicho do Armando, toca na mão dos fiscais e diz: “Olha, vamos resolver essa
questão social, de quem passa fome, de quem não tem casa, com o chicote na
mão". Cadê os mercados populares que o meu querido Adeli defendia aqui
nesta Casa? Eu não conheço nenhum Vereador que defendia mais os mercados
populares, mas deu às costas para o mercado popular como o diabo à cruz, depois
que chegou no Governo. E o camelódromo, que Olívio Dutra, em 1989, que o Sr.
Tarso F. H. Genro, que fugiu aqui da Cidade, que o Pont, que o João Verle - este
é o único Prefeito biônico depois que voltou a democracia no País: não teve
nenhum voto, porque aquele que teve o voto fugiu da Cidade, mas continua
governando; mas vai governar somente até o ano que vem, porque o povo já
decidiu: vai fazer uma alternância no Poder. Então, por isso, Presidente, digo
que este Governo realmente tem de ser alterado na cidade de Porto Alegre.
Esgotou-se esse modelo. À participação popular as pessoas já vão muito pouco,
as decisões da participação popular não são respeitadas, o Orçamento é virtual,
então está na hora da mudança, Sr. Presidente, e eu tenho a certeza de que o
povo de Porto Alegre, de forma soberana, capaz, altiva, vai proceder de forma
democrática às mudanças necessárias para avançar, melhorar e preservar o que
foi feito nos 16 anos, mas cumpriu o seu papel, já deu! Dezesseis anos foi
demais!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. João Carlos Nedel está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ouvi
atentamente a fala do Ver. Sebastião Melo e realmente fiquei pensando no que
está acontecendo. Nós sabemos que o ciclo do Partido dos Trabalhadores
esgotou-se na Cidade. Sem dúvida, esgotou-se. Anteontem os ilustres membros do
Conselho do Orçamento Participativo aqui estiveram reclamando de umas votações,
de umas emendas orçamentárias. Hoje pela manhã recebi um telefonema do Reitor
do Santuário Mãe de Deus, uma obra importante para o turismo de Porto Alegre e
que desde 2001, 2002, 2003 - três anos -, aguarda a pavimentação de 500 metros
para que aquele magnífico Santuário, aquela magnífica obra de incentivo ao
turismo, seja plenamente utilizado, esperando três anos para asfaltar 500
metros. O Santuário lá de Novo Hamburgo, que está pronto há dois anos, no ano
passado a Prefeitura asfaltou quatro quilômetros, e o nosso é de 500 metros.
Novo Hamburgo asfaltou quatro quilômetros; Porto Alegre, 500 metros, não
asfalta há 3 anos. Que coisa mais triste!
E
aí ontem eu estava num programa de televisão, apresentando meu Projeto sobre
helipontos e heliportos, que tramita nesta Casa desde 1999, aguardando uma
definição do Executivo para que não faça nada em dissonância da Cidade, pois
até hoje para solicitar uma autorização provisória para um heliponto aqui perto
do Guaíba, onde uma empresa que se instalou em Porto Alegre para fazer passeios
turísticos de helicóptero, para fazer um decreto, para aprovar provisoriamente
essa instalação, está há mais de oito meses - uma simples autorização
provisória -, e o turismo perdendo.
E
agora recebi um telefonema lá da Restinga, e lá reclamam da Ponte do Vale do
Salso, que está semipronta, mas o construtor não recebe desde maio; do terminal
rodoviário da Restinga, que está semipronto, mas a empresa quebrou por não
receber os recursos da Prefeitura. Quebrou a empresa! Faliu! A obra da FASC,
aqui na Avenida Ipiranga, antiga sede da UMESPA, está atrasada, e não sai, e
não vai, e a FASC está lá, mal-instalada. A Prefeitura não paga à CEEE desde
janeiro, deve 16 milhões, para pressionar os Vereadores a aprovarem a Taxa de
Iluminação, pesando ainda mais sobre a população a carga tributária.
Agora,
vimos cortados os telefones do Conselho Tutelar. O Pronto Socorro, que já
deveria estar pronto há muito tempo, ainda não foi inaugurado. Tanta coisa que
não funciona! Veja, meu caro Wilton Araújo, esgotou-se o modelo; a população
clama, não é atendida; continua a pressão sobre a Câmara, ao enviarem projetos
de última hora, para que votemos em cima do laço.
Ah,
meu caro Sadi Schwerdt, no seu tempo, eu garanto que, quando o senhor era
Vereador, a Câmara era mais respeitada, e nós aqui vivemos sob imensa pressão.
Está na hora, realmente, de mudar. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. MARCELO DANÉRIS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, primeiro, eu
gostaria de dizer ao Ver. Sebastião Melo que nós vamos ter alternância no
poder, Ver. Carlos Pestana, Ver. Juarez Pinheiro; teremos alternância no Poder,
vamos eleger Raul Pont Prefeito de Porto Alegre no próximo ano; faremos
alternância de Poder. Mas manteremos o projeto político que tem feito o
desenvolvimento da Cidade, que tem transformado Porto Alegre numa referência
mundial de gestão pública e democrática. Nós queremos a alternância no Poder,
agora. Projeto que está ganhando, Governo que está ganhando tem de se manter. É
como se diz no futebol: time que está ganhando não se troca. Então, podemos
ficar tranqüilos em relação à alternância no Poder. E podemos também ficar
tranqüilos que Porto Alegre seguirá trilhando o caminho do desenvolvimento, da
inclusão social e da democracia participativa, que tem sido a marca que tem
levado Porto Alegre, a Capital de todos os gaúchos, para o mundo inteiro, com
referências na ONU e no Fórum Social Mundial, ou seja, em todo o mundo, o
reconhecimento da gestão pública participativa, que garante a inclusão social e
que garante o desenvolvimento para a Cidade e, conseqüentemente, garante a
qualidade de vida.
Em segundo lugar, eu quero dizer que não faltou gasolina – e
é uma pena que nós, Vereadores, tenhamos de debater sobre a gasolina. Nunca
faltou gasolina para a Câmara de Vereadores, que, por um problema, ficou uma
hora no posto, sem gasolina, Ver. Juarez Pinheiro; por uma hora. Tão logo foi
ajustado o problema, tudo seguiu normalmente. Nunca faltou gasolina. Agora,
parece que o debate está nesse nível. Nós estamos discutindo a gasolina que
faltou para o carro durante uma hora. Esse é o nível do debate. Esse é o
projeto político que se quer apresentar para Porto Alegre?
Também
se levantou a questão de que os telefones teriam sido cortados - os quais já estão
pagos e funcionando. Mas eu pergunto novamente: esse é o nível do debate
político que nós queremos fazer como proposta para a Cidade de Porto Alegre?
Esse é o programa político que se está apresentando para Porto Alegre? Estes
querem governar Porto Alegre? Pergunto a quem hoje nos ouve: qual é o projeto
político que se apresenta para substituir o projeto político da Frente Popular
em Porto Alegre? Qual é? Não há. Há uma unidade pelo ódio – “somos contra o
Governo, somos contra essa Administração; mas, não temos o que apresentar para
a população”. Então, aí se discute a gasolina no posto, se discute o telefone
que ficou desligado por um dia, porque não há projeto que possa debater a
participação popular. Eu pergunto: será mantido o Orçamento Participativo na
Cidade de Porto Alegre? Será mantido o direito das pessoas, cidadãos de Porto
Alegre, de discutirem o seu Orçamento? Serão mantidos os programas sociais?
Sobre isso, nada. Qual é o projeto de desenvolvimento? Qual é o projeto que
garante, por exemplo, habitação popular? E eu estranho muito o Vereador
governista Sebastião Melo, que nunca defendeu ou subiu nesta Tribuna
espontaneamente para defender o seu Governo Germano Rigotto. Aliás, o nome do
Governador Germano Rigotto não é sequer pronunciado pelo Líder governista aqui
nesta Câmara. Por que será? Porque tem vergonha de seu projeto em nível
estadual? Porque não tem o que dizer do seu projeto, o qual não construiu, até
agora, uma habitação popular? E o seu Secretário ainda quer ser candidato a
Prefeito. Mas que projeto político é esse? Que acabou, está aniquilando com o
Família-Cidadã? Que não fez os repasses para a Saúde nos Municípios? Que
inviabilizou os medicamentos especiais de alta e média complexidade na Farmácia
do Estado? Que não deu 1% sequer para o funcionalismo público, diferentemente
do Governo Olívio, que garantiu mais de 45% de reposição salarial aos
servidores estaduais da educação. Onde está a reposição salarial da educação?
Qual é o projeto político afinal? Será o mesmo que está no Estado: muito aperto
de mão, muito abracinho, muito sorriso, mas projeto político, nenhum! Nada! Não
melhorou nada a Segurança do Estado, nada! Piorou, consideravelmente, a ponto
de trocarem, inclusive, os seus comandos. Isso é a Segurança Pública que todos
estão dizendo - mas claro que agora não se fala mais - que piorou. Piorou a
Educação. Piorou a questão social. Piorou a habitação popular.
Eu
faço um desafio ao Ver. Sebastião Melo, que, ao invés de tratar somente do
Governo Lula ou de Porto Alegre, se lembre que também mora no Estado, que o
Líder governista venha aqui pelo menos pronunciar o nome do Governador Rigotto.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Vereador Elói Guimarães, presidindo os
trabalhos, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quando eu
ouço as Lideranças petistas falando desta tribuna, julgo que deve ocorrer um
problema de memória que acaba fazendo com que essas Lideranças omitam alguns
dados e forneçam outros, que são completamente inverídicos. Lembro-me de que,
por exemplo, quando o Dr. Olívio Dutra terminou a sua gestão como Governador
frente ao Rio Grande do Sul, nós tínhamos muitos gastos que não correspondiam à
legalidade do prévio empenho. Nós tínhamos muitos gastos que haviam sido
empenhados, mas não havia o dinheiro suficiente para que o empenho fosse
realizado. Então, o atual Governador encontrou o Governo do Estado num absoluto
caos financeiro. Se houvesse uma responsabilização pelo que ocorreu
anteriormente, nós teríamos, na Justiça, sérias discussões a serem travadas.
Mas a Administração Rigotto resolveu enfrentar os problemas econômicos sem que
a Justiça fosse acionada para resolver problemas de legalidade. E a coisa ficou
só em termos de Tribunal de Contas, já que este Tribunal é responsável por
fazer o aferimento da legalidade dos gastos que são feitos dentro de uma
administração.
Quando
eu ouço falar em participação popular, quando eu enxergo as pessoas que vêm até
este plenário para prestigiar a Bancada petista, o que eu vejo é um atrelamento
de alguns segmentos da comunidade, e isso, realmente, eu acho que é criminoso,
porque eu acredito, Ver. Wilton Araújo, que essas manifestações das diversas
correntes populares dever-se-iam dar de uma forma espontânea, e essas pessoas
deveriam estar defendendo os interesses das suas regiões. Mas eu vejo que,
muitas vezes, elas vêm aqui com uma venda sobre os olhos para defender os
interesses de pessoas ligadas ao Executivo, e eu não entendo por quê.
Hoje,
eu estava ouvindo rádio e ouvi algumas notícias aterradoras com relação, por
exemplo, à participação popular no terreno da casa própria. Uma senhora, que se
diz ligada a pessoas do DEMHAB, vendia para pessoas incautas, possíveis
direitos de elas ocuparem casas na frente das outras pessoas. Parece que ela
chegou a ludibriar, pelos dados que foram levantados, mais de 50 famílias
vendendo-lhes casas, pois, de acordo com o que ela dizia, ela representava autoridades
ligadas ao DEMHAB. Mas o pior de tudo isso, Ver. Vendruscollo, é que, quando o
DEMHAB foi perguntado para dar uma explicação do caso, negou-se a dar qualquer
esclarecimento, fugindo a uma responsabilidade da qual ele não poderia fugir,
porque, afinal de contas, todo o homem público deve explicações, e fazendo com
que todos nós acreditássemos num determinado fato. Parece que essa senhora,
realmente, tinha um vínculo com alguém do DEMHAB. E eu acho que se eles não
quiseram dar uma explicação para o repórter, esta Casa tem a obrigação de
cobrar essas explicações, porque, afinal de contas, nós representamos o
conjunto de toda a sociedade. E, se não vamos cobrar através de uma CPI, porque
estamos finalizando o ano, e a CPI da Saúde já está sendo obstaculizada pelos
Vereadores petistas, se não for por meio de uma CPI, tem de ser por meio de
qualquer instrumento, mas que possa dar uma garantia a nós, Vereadores, que
estamos representando o nosso mandato aqui na Câmara.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores da assistência e aqueles
que nos assistem pelo Canal 16, hoje, o País acorda sob o impacto de uma
decisão que, por força da máquina e da vontade do Governo Federal – diga-se de
passagem, o meu Partido, PPS, faz parte do Governo Federal, no Ministério da
Integração -, mas não há como ter visão uníssona quando a gente vê que o
Governo Federal está, a exemplo do Governo do Município de Porto Alegre, a
exemplo da passagem do Partido dos Trabalhadores no Governo do Estado, com uma
sede, com uma vontade enorme de arrecadar.
Nesse
dia o Governo Federal usou da sua articulação para aprovar o que nós achamos
que vai ser um crime contra o bolso da classe média. Sobre o Imposto de Renda -
e todos nós sabemos - havia, de tempos, a expectativa, alimentada até em
campanha, pelo candidato Lula da Silva, de que poderia haver uma redução da
alíquota de 27,5% para 25%. A classe média ficou satisfeita. Também havia a
expectativa de que este Governo implantasse o imposto sobre a riqueza, para
compensar, aumentando a arrecadação. Bom, nem o imposto sobre a riqueza... e, agora,
mais uma vez a classe média vai “pagar o pato”. Não houve a redução para 25%,
e, mais do que isso - o que nós achamos que vai ser danoso para a nossa classe
média -, não houve, Ver. Elói Guimarães, o reajuste da tabela do Imposto de
Renda. Então, aquele que ganhava um “x” e teve o seu reajuste pelos índices
pode, e em muitos casos vai, passar de faixa na tabela, ou seja vai alcançar os
27,5%. Porque a tabela em valores reais não foi reajustada.
Vejam
a crueldade: não se reduzem as alíquotas, e, mais do que isso, se amplia a base
de arrecadação, porque não foi reajustada a tabela de incidência sobre os
salários.
E
é sobre salários, sim; não é sobre quem ganha muito, não é sobre a empresa, não
é sobre o milionário, não; é sobre o salário! E vamos, mais uma vez, nós,
advindos da classe média, e pertencentes a ela, acabar pagando para que o
Governo Federal sustente os seus programas - injusto! -, quando deveria, sim,
como forma de recuperação da receita do Estado, ter implantado o imposto sobre
a riqueza ou, quem sabe, cobrado as enormes dívidas dos sistemas financeiro e
bancário - promessa também de campanha! Em vez disso, opta o Governo Lula da
Silva pelo caminho mais fácil, que é o de botar a mão no bolso do assalariado,
ampliando a sua base de arrecadação em cima dos assalariados.
Fica,
portanto, o alerta, Sr. Presidente, para que a classe média abra os olhos. Nós
temos muito a discutir sobre o Brasil, e muito há para ser feito ainda, nós
concordamos com isso, há muita coisa a ser feita por este País, e eu acho que
nós temos bons caminhos a seguir, mas este não é um bom exemplo. Este não é o
País que o PPS quer!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, estou nesta tribuna com uma preocupação, com um alerta ao
Executivo, e gostaria também que o Ver. Aldacir Oliboni, que tem acompanhado
este caso, também ficasse atento. A nossa preocupação é relativa à questão da
Rua Martins de Lima, uma Rua que tem uma discussão em relação a um passeio, há
mais de 50 anos as pessoas sempre o utilizaram, e agora a proprietária, a dona
realmente do terreno, resolveu obstruí-lo. A Prefeitura, após vários contatos,
inclusive com o gabinete do Ver. Aldacir Oliboni e com o nosso gabinete, e
reuniões com a Secretária do Planejamento, com a Procuradoria-Geral do
Município, o próprio Prefeito foi visitar a área... É que, na semana passada -
e toda a imprensa divulgou -, houve o episódio do tiroteio no Campo da Tuca,
que foi terminar na Vila Vargas, e os moradores da Vila Vargas, naquela
madrugada, a grande maioria, tiveram de ficar embaixo das suas camas; mais de
dois mil cartuchos foram recolhidos, mostrando que, na realidade, aquilo não
foram simplesmente tiros, na realidade, foi uma batalha. E o que é que tem a
ver esse episódio com a questão da rua? Naquele dia, a Polícia Civil e a
Brigada Militar não puderam, mais uma vez, passar por aquele local. Hoje,
qualquer transeunte que queira entrar na Vila Vargas tem de fazer um trajeto de
três quilômetros a mais, porque aquela rua não foi ainda liberada.
A
Prefeitura já gravou, e nós estamos gestionando junto ao Secretário – falamos
com ele ontem, o Secretário Ricardo Collar – para que providencie o
ressarcimento junto à proprietária. O Secretário nos falou que quer fazer isso,
mas a nossa preocupação é que, para o dia 10 de dezembro, está sendo marcado um
grande ato, com aproximadamente 300 a 400 moradores da região. Estão convidando
inclusive os Vereadores, Deputados, todos os Partidos políticos, porque o
pessoal está impaciente. E a nossa preocupação é que, do jeito que está a
situação, pode ocorrer um óbito naquela região, em função desse tensionamento com
relação a terra; as pessoas por mais de 50 anos usaram aquele local e hoje não
podem mais fazê-lo.
Então, o que nós vimos fazer aqui, de público, é, primeiro,
alertar sobre esse fato, o que está previsto, e, ao mesmo tempo, resguardar,
porque voltamos a dizer: a nossa preocupação é que, devido ao alto grau de
tensionamento, seja necessário um olhar diferenciado do Executivo no sentido de
tentar agilizar essa situação, que é de domínio de todo o alto escalão do
Executivo, para tentar solucionar, de uma vez por todas, essa situação. Nós
estamos - volto a dizer - preocupados, porque o índice de tensão é muito
grande, as famílias não se olham; constantemente acontece, como foi o caso,
agora, de centenas e centenas de tiros. Há questão de dois meses ocorreu um óbito.
No temporal do mês passado, houve uma inundação, o Corpo de Bombeiros não
conseguiu chegar no local em função, também, dessa questão da rua. Então, o que
nós queremos ressaltar é a nossa preocupação e dizer que, nesse dia 10, se o
Executivo não resolver a questão, nós estamos prevendo algo de grave naquela
região. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Ervino Besson está com a palavra
para uma Comunicação de Líder.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que nos assistem das galerias e pela TVCâmara,
eu quero saudar a todos. No dia de ontem, mais uma vez, eu me convenci da
validade daquele Projeto que eu apresentei nesta Casa e que foi aprovado pelos
Srs. Vereadores e pelas Sras. Vereadoras desta Casa: o Projeto de colocação de
grades nas bocas-de-lobo. Esse Projeto foi vetado pelo Prefeito. E,
lamentavelmente, tristemente, por talvez uma avaliação não muito profunda dos
nobres colegas Vereadores e Vereadoras, não conseguimos derrubar o Veto do Sr.
Prefeito Municipal. Mas, como eu mencionei antes, meu caro Presidente Ver. Elói
Guimarães, refiro-me à validade desse Projeto. No dia de ontem, fazendo uma
visita a uma rua na zona Sul de Porto Alegre, Rua Adroaldo Novo Correa, no
Jardim das Palmeiras, onde há lideranças - e cito aqui duas delas, o Odilon
Knevitz e o Bento Bernardes da Silva -, fiquei sabendo que, por iniciativa
delas, meus caros Vereadores, foi colocada a grade na boca-de-lobo. Eu estive
lá visitando a rua e faço aqui um convite aos nobres colegas desta Casa:
visitem aquela rua. Por iniciativa dos próprios moradores, sendo liderados pelo
Sr. Odilon e pelo Sr. Bento, colocaram as grades na boca-de-lobo, numa parte da
rua. Mas me informaram que eles vão colocar em toda a extensão da rua, porque,
sem dúvida nenhuma, por uma avaliação deles, por controle deles, chegaram à
conclusão de que a grade vai beneficiar muito aquela rua, evitando, inclusive,
enchente, meu colega Ver. Bernardino, que está atento ao meu pronunciamento
desta tribuna. Eles mesmos colocaram as grades nas bocas-de-lobo - estão lá
para quem quiser ver - e disseram que resolveu o problema das enchentes daquela
rua. Essas grades evitam que as bocas-de-lobo não fiquem entulhadas de garrafas
plásticas, porque o plástico é um problema sério para a Cidade, causando
entupimento das bocas-de-lobo. A grade resolve o problema. O Projeto,
inclusive, é educativo, ou seja, vai educar as pessoas que nos assistem pela
TVCâmara. Essas pessoas, que colocaram essa grade, por iniciativa deles,
assistem a Sessão pela TVCâmara e, por avaliação deles, viram a validade da
idéia desse Projeto. A prova está que estão colocando essas grades nas
bocas-de-lobo. Portanto, lamento profundamente que os nobres colegas Vereadores
e Vereadoras desta Casa e o Prefeito Municipal - com todo o respeito que tenho
pelo nosso ilustre Prefeito Municipal da cidade de Porto Alegre –, talvez os
técnicos, no momento de fazer uma avaliação mais profunda dessa idéia, desse
Projeto, não se deram conta da validade desse Projeto.
Eu
já disse desta tribuna que o próprio DEP, que tem a responsabilidade de
controlar essa área, muitos técnicos e o Diretor, nosso sempre querido colega,
ex-Vereador desta Casa, Airto Ferronato, mostraram-se simpáticos com o Projeto.
Mas, como já disse, na hora de avaliar o Projeto com mais profundidade, talvez,
essas pessoas não tiveram um alcance maior para que esse Projeto não fosse
vetado pelo Prefeito Municipal. E a Câmara poderia, por intermédio dos nobres
colegas Vereadores e Vereadoras, ter derrubado o Veto do Sr. Prefeito. Isso não
aconteceu, não foi possível.
Mas,
fica aqui o convite, mais uma vez, nobres colegas Vereadores, visitem a rua
Adroaldo Novo Corrêa, no Jardim das Palmeiras, e olhem o trabalho que aqueles
moradores estão fazendo. Parabéns moradores da Rua Adroaldo Novo Corrêa. Eu
acho que esse é um exemplo para muitas ruas de nossa cidade de Porto Alegre que
poderá ser seguido, pelo trabalho comunitário, pela organização da comunidade
daquela rua. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Eu registro a presença da Dra. Maria Rita
Marsiaj, Procuradora-Chefe do Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul.
Convido o Dr. Ivo Nesralla, Presidente do Instituto de
Cardiologia do Rio Grande do Sul, cuja presença nos honra, para tomar assento à
Mesa antes de entrarmos na Ordem do Dia. Sua Senhoria que muito honra esta Casa
por toda a sua história de construção da cidade de Porto Alegre, sem
relacionarmos a sua figura de grande Cardiologista que é.
O Dr. Ivo Nesralla gostaria de fazer uma rápida saudação à
Casa, portanto, está com a palavra.
O SR. IVO NESRALLA: Obrigado Ver. Elói Guimarães, a minha
participação é bem breve. Eu vim aqui para agradecer. Existe aquele trecho do
Evangelho que diz: “Jesus curou 10 leprosos, 10 cegos e só um veio agradecer”.
Então, eu não gostaria de ser aquele que não agradece um momento importante
como esse. Vocês sabem que o Instituto de Cardiologia, que é uma das
instituições do Estado que tem grande atuação em atender o pessoal do Sistema
Único de Saúde, passa por momentos muito difíceis como passam as entidades
assistências, e a nossa muito mais ainda, uma vez que o lema do Instituto é:
“Quem vê coração, não vê cara”. Em outras palavras, atendemos a todos os níveis
sociais; toda a pessoa que lá chega não deixa de ser atendida. E eu sei que a
Emenda, com a dotação de uma verba para o Instituto de Cardiologia, foi
aprovada. Então, estou aqui, junto com o meu colega Dr. Raul Bosle, Chefe do
Corpo Clínico, para agradecer a todos vocês esse benefício em nome do Instituto
de Cardiologia, e, agradecendo em nome do Instituto, eu estou agradecendo em
nome de todos os doentes do coração, que são nada menos que 100 mil doentes,
por ano, que passam pelo nosso Instituto. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos, mais uma vez, saudar o Dr.
Ivo Nesralla, bem como o Dr. Raul Bosle, que vêm à Casa fazer um agradecimento.
Quero dizer que esta é a Casa do Povo e o Instituto de Cardiologia pode contar
com o apoio da Câmara Municipal de Porto Alegre, visto que aqui se representa a
sociedade, a população em geral, e tantos e tantos que, permanentemente, estão
carecendo do atendimento no Instituto de Cardiologia.
O SR. ISAAC AINHORN: Interpretando o sentimento da Bancada do
PDT e, eu tenho certeza, interpretando o sentimento do conjunto da Casa, eu só
gostaria de dizer que é extremamente importante a vinda do Dr. Ivo Nesralla,
neste momento, porque nós tememos que haja um Veto a essa Emenda por parte do
Prefeito. Eu acho que a intervenção direta do Dr. Ivo, nesse episódio, vai
sensibilizar o próprio Prefeito no sentido de não vetar essa Emenda. E se,
porventura, venha a vetá-la a sua importância é mais importante para derrubar o
Veto.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Solicitamos que os Sr. Vereadores
registrem as suas presenças para ingressarmos na Ordem do Dia.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, o Ver. João Antonio Dib
visivelmente não está em plenário, e está com a presença marcada no painel.
Deve estar havendo algum problema no painel.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em face de uma certa intranqüilidade no
plenário, nós vamos retirar o nome do Ver. João Antonio Dib do painel.
Apregôo
a Emenda nº 40, aposta ao PR nº 082/03 (Lê.): “Altera a redação do inciso XXXIX
do art. 1º do Projeto de Resolução nº 082/03 como segue: Art. 155. O Vereador
poderá ceder sua inscrição no Grande Expediente ou dela desistir; se ausente,
caberá ao Líder dispor; se licenciado, o suplente disporá da palavra”.
Havendo
quórum, passamos à
Não
sei se as Lideranças organizaram uma pauta de prioridades. (Pausa.) Como isso
não aconteceu, evidentemente o Veto precede as demais matérias.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: autor e bancadas/05
minutos/sem aparte)
PROC.
0468/02 – VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 017/02, de autoria do Ver. Dr. Goulart, que
autoriza o estabelecimento de Permissão de Uso de parte da área registrada sob
o n.º 60.353, no Registro de Imóveis da 3.ª Zona, à Associação Beneficente
Amigos de Belém Novo.
Parecer:
- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela manutenção do Veto Total.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art.
77, § 4º, da LOM;
-
votação nominal nos termos do art. 174, II, do Regimento da CMPA.
Na apreciação do Veto, vota-se o Projeto:
SIM – aprova o
Projeto, rejeita o Veto;
NÃO – rejeita o
Projeto, aceita o Veto.
-
Trigésimo dia: 02-12 (terça-feira).
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLL nº 017/02, com Veto
Total. O Ver. Dr. Goulart está com a palavra para discutir.
O SR. DR. GOULART: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras.
Vereadoras, acontece que lá para os lados de Belém Novo temos uma associação
beneficente que reúne a comunidade para proferir ações humanitárias e ações de
lazer, também.
Aquela
área é muito grande, perto de um campo de futebol, onde aquelas famílias - com
seus pais, tios, cunhados, filhos - se reúnem no domingo para se afastarem
desse processo que é um verdadeiro deletério, processo de não fazer nada, de
não ter o que fazer, aí se aproximando das drogas, dos maus caminhos desta
vida.
Então,
aquelas famílias ali reunidas pensaram um pouco mais alto: em uma parte do
terreno lindeiro, vizinho a essa associação, pensaram em fazer uma creche, e
assim fortalecer a associação. E pensam mais do que fazer uma creche: pensam
fazer uma unidade de saúde comunitária, levando médicos-clínicos, prevenção de
câncer ginecológico, e um dentista. Se a associação não se interessa, há quem
se interesse.
Em
seguida, haverá um monte de invasões, modernamente chamadas de ocupações!
Invasão que modernamente se chama de ocupação!
E o que diz o Governo? Que não quer! O Governo diz que
aceitaria se a associação fosse pedir para o Prefeito, e o Prefeito, então,
determinaria a desafetação e emprestaria em comodato ou cederia a área.
Chegamos a fazer uma intermediação entre os representantes do Executivo e os
membros da comunidade. O Executivo me disse que ficou esperando, e me disse a
comunidade que lá ficou muito tempo esperando, um, dois dias, que não conseguiu
tratar do assunto.
Então,
conseguimos aprovar essa transação aqui, no nosso plenário, e como de cotio,
como sempre – Vereador, de cotio quer dizer muitas vezes, costumeiramente – o
Prefeito vetou.
O
que me deixa preocupado? Fico preocupado, porque olho para as cadeiras em que
está a oposição, e não vejo as pessoas sentadas, não vejo os votos se criarem.
Vejo ali o meu querido Ver. João Bosco Vaz, Ver. Ervino Besson, Luiz Braz,
Wilton Araújo, Beto Moesch, Haroldo de Souza, Ver. Elias Vidal, Ver. Bernardino
Vendruscollo, Ver. Cassiá Carpes, nosso companheiro com uma grande Emenda para
a saúde no ISSSQN; poucos vejo aqui, e me passa a idéia da possibilidade de não
termos os votos para dizer: “Prefeito, o senhor quer que vão invadir aquela
área? O senhor que dar outro rumo para aquela área? Dê para a comunidade, que
quer ser madrinha de uma situação de creche, de uma situação de saúde, de uma
situação de lazer”. Nós precisávamos da oposição aqui para dizermos: “Prefeito,
pare com isso. Eu sei que a sua ideologia é de facilitar as ocupações. Nós
sabemos disso. Mas ali não, porque já tem gente interessada, de maneira
institucional, em cuidar da área.”
Srs.
Vereadores, vamos derrubar mais este Veto, por favor; derrubemos mais este Veto
para dizer que a oposição está atenta e que quer ajudar a comunidade.
Belém
Novo, eles o têm maltratado muito! Oposição, vamos cuidar de Belém Novo. Belém
Novo precisa de uma creche para a sua gente, Belém Novo precisa de uma área de
lazer e de mais um pouquinho de saúde, porque a unidade de saúde de Belém Novo
funciona desse tamanhinho, assim, ó, com muito poucas horas de oferta ao
público.
Vereadores,
derrubemos o Veto. Vamos ajudar a comunidade do Tenente Medina, ali em Belém
Novo.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Wilton Araújo está com a palavra
para discutir o PLL nº 017/02, com Veto Total.
O SR. WILTON ARAÚJO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, venho à tribuna para defender o Projeto do
Ver. Dr. Goulart, Projeto este que está sentado no mérito de que essa
Associação Beneficente do Belém Novo tem a representatividade da comunidade e
para que bem possa desempenhar o seu papel, para que nessa área - extensa área
– em que existem campos de futebol, em que existe a possibilidade de colocar a
Associação, sirva, certamente, para que outras entidades, como clubes de mães,
e outras organizações da sociedade, possam se reunir e fazer com que os seus
papéis sejam desempenhados com a mínima estrutura possível. Isso faz com que
venha a esta Casa este Projeto do Ver. Dr. Goulart, Projeto este sentado nessa
realidade, nessa necessidade de a comunidade ter a mínima estrutura para
desempenhar e desenvolver o seu papel.
A
Casa se manifesta favoravelmente, aprova o Projeto. Nós entendíamos, Ver. Dr.
Goulart, que o Executivo Municipal, que tem ligações, ou pelo menos diz que tem
ligações com todas as comunidades da Cidade, que está enraizado, que recebe as
informações através dos delegados, através de pessoas que assessoram a
Prefeitura comunitariamente, ganhando para isso, é claro - nós não queríamos
que fosse de graça, mas ganhando para isso -, nós entendíamos que essas pessoas
poderiam ter trazido a realidade lá do Belém. Realidade essa que sensibilizou o
Vereador e sensibilizou a maioria da Casa.
Ora,
mas não foi isso que aconteceu. O Sr. Prefeito Municipal não ouviu os apelos da
comunidade e, infelizmente, opõe Veto Total à iniciativa do Ver. Dr. Goulart,
que é, sim, de poder dar, doar, fazer com que a Associação tenha um pedaço de
terra pequeno, singelo diante da magnitude daquilo que está lá. Mas nem assim,
Vereadores, o Executivo se sensibilizou. Não recebeu as informações fidedignas,
fiéis lá de Belém, e veta o Projeto totalmente.
Vem
à Casa o Veto para ser analisado. Infelizmente, o Ver. Juarez Pinheiro, que tem
identidade com a região do Belém, que vai muitas vezes ao Belém, pega o viés
simplesmente da legalidade. Ele não vê, ele não sente do mérito da questão da
necessidade de aquela comunidade estar sendo beneficiada com uma associação,
que é registrada, que presta trabalhos sérios, que tem direção organizada, que
poderia cuidar daquele terreno muito melhor do que a estrutura da Prefeitura
está fazendo.
O
que pode acontecer, Ver. Dr. Goulart, é, sim, a insensibilidade do Prefeito,
somada à insensibilidade legalista do Ver. Juarez Pinheiro, que, repito, tem
muitos amigos no Belém, e agora fica só na questão legal, fecha-se e forma uma
parede, bloqueando a intenção da Casa de fazer com que a associação possa ter
um terreno lá, cuidá-lo e administrá-lo bem para a comunidade, e colocar as
outras instituições também lá nesse terreno.
E
sempre, até o momento da votação, pode-se ver o bom lado das coisas. E o bom
lado, neste caso, é, sim, derrubar o Veto, garantir a vontade majoritária da
Casa e, mais do que isso, transpor a barreira do legalismo - essa barreira tem
de ser transposta. Tanto o Prefeito quanto o Ver. Juarez Pinheiro, certamente,
se refletirem até o momento da votação, deveriam voltar atrás na sua posição
pétrea até o momento. Por isso, gostaria que os companheiros de oposição
estivessem todos aqui para debater e para votar este importante Projeto.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Cláudio Sebenelo está com a
palavra para discutir o PLL nº 017/02, com Veto Total.
O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ontem
esta Casa assistiu a uma magnífica festa de homenagem a uma pessoa da Cidade,
que é uma figura da Cidade. Chama-se João Carlos Fernandes, o João Português,
Ver. Haroldo, que, como figura da Cidade, faz parte dessa grande montagem que
é, indiscutivelmente, o tecido social de uma cidade; nos tecidos sociais das
cidades estão incluídas, também, as associações de moradores. A Associação de
Moradores do Bairro Belém Novo tinha um pleito de que um terreno ao lado de sua
sede fosse destinado a uma creche - com projeto - e a um posto de saúde. Sabem
por quê? Porque Belém Novo não tem posto de saúde; o posto de saúde mais perto
de Belém Novo fica na Restinga e é da Ulbra - que está fechando. Vejam a dificuldade
que as pessoas encontram para ter seu médico, sua creche. E isso que não foi
provido pela Prefeitura Municipal, a própria sociedade se encarregou de
fazê-lo; e apenas para viabilizar essa possibilidade, sem custo nenhum para a
Prefeitura, a Associação pediu esse terreno ao lado, que foi providenciado pelo
Ver. Dr. Goulart, numa atitude absolutamente humana, correta, dentro da função
de Vereador. Pois, evidentemente, foi vetada. Esse Veto tem de ser rechaçado,
porque se alegaram inconstitucionalidade, vício de origem e, especialmente, que
vai contra a utilidade pública, que vai contra a vontade da população, nós
temos que dar a resposta aqui na Câmara; temos que dizer um não a este Veto,
dizer que mais um grosseiro absurdo é cometido contra o interesse da população
de Porto Alegre, porque naquela zona não tem posto de saúde - o posto mais
perto é na Restinga -, não tem creche disponível - não há creches em Belém Novo
-, e a população pode-se beneficiar dessa obra, que é da sociedade, que é de
iniciativa da comunidade. E nós ficamos aqui, debatendo feito Sancho Pança e
Dom Quixote contra as pás do moinho, dizendo que isso é uma coisa boa para a
população, que uma creche, uma escola, e um posto de saúde fazem bem para a
população. Por isso que o meu Projeto, associando os clubes com os postos de
saúde, foi vetado pelo Prefeito. As creches: vetadas pelo Prefeito; o Posto de
Saúde Belém Novo: vetado pelo Prefeito.
Quem
sabe um dia haverá um entendimento de que não é só a forma das coisas que
interessa, o que interessa é o conteúdo, o que interessa é a finalidade, o que
interessa, inclusive, é a sacratíssima destinação dessas iniciativas às
crianças, às pessoas que necessitam do posto de saúde, mas principalmente às
que não necessitam, quando a gente pode fazer, inclusive, prevenção. E por
isso, Vereador, e só por isso, nós estamos pedindo uma CPI para a Saúde. Não
querem um posto de saúde! Por que não, meu Deus? Qual o veneno que deva ter
nessa proposta? Qual a intenção eleitoreira que deva ter nessa proposta? Qual a
intenção de espetáculo que deva ter nessa proposta? Com que intenção? Por que
ser vetado? Por que achar que isso possa ser eleitoreiro? Mas o Veto, mais uma
brilhante e inteligente atitude daqueles que há 16 anos infelicitam esta Cidade
ocupando o Paço Municipal.
(Não
revisto pelo orador.)
Apregôo
a Emenda nº 01 ao PLL nº 077/03, que retira do referido Projeto, os artigos 4º
e 5º, renumerando-se o seguinte.
Em
votação o Requerimento, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que solicita seja
considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões
o PLE nº 052/03, para a alienação de ações minoritárias. (Pausa.) Os Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
4506/03 – PROJETO DE EMENDA À LEI ORGÂNICA N.º 002/03, de autoria da Mesa Diretora e Lideranças,
que dá nova redação ao inciso V do art. 57 da Lei Orgânica do Município de
Porto Alegre. (prestação contas) Com
Emenda n.º 01.
Parecer:
- da Comissão Especial. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do
Projeto; pela rejeição da Emenda n.º 01.
Observações:
-
discussão geral nos termos do art. 130 do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 01-12-03.
O SR. PRESIDENTE (Elói
Guimarães): Em discussão geral, 1ª Sessão, o PELO nº 002/03.
(Pausa.) Não havendo quem queira discutir, encerrada a discussão.
DISCUSSÃO GERAL
(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com
aparte)
3ª SESSÃO
PROC.
4413/03 – PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 082/03, de autoria da Mesa Diretora e Lideranças, que altera o texto
em vigor da Resolução n.º 1.178, de 16 de julho de 1992 (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). Com Emendas n.os 01 a 39.
Parecer:
- da Comissão Especial. Relator Ver. Isaac Ainhorn: pela aprovação do
Projeto, das Emendas n.os 01 a 04, 08, 11, 12, 13, 19, 23 a 27 e 33
a 39 e pela rejeição das Emendas n.os 05 a 07, 09, 10, 14 a 18, 20 a 22, 28 a 32.
Observações:
-
discussão nos termos do art. 126, § 1.º do Regimento da CMPA;
-
incluído na Ordem do Dia em 24-11-03.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão geral, 3ª Sessão, o PR nº
082/03. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PR nº 082/03.
O SR. RAUL CARRION: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, não vou-me estender demasiado, mas queria, em primeiro lugar, falar
sobre uma Emenda que encaminhei, mais recentemente, que se refere ao Grande
Expediente. Pela modificação proposta ao Regimento, o Grande Expediente vai-se
transformar em um momento em que um único Vereador, por um tempo de 20 minutos,
fará uso da palavra. E não sei por que razão ficou colocado lá que ele não pode
ceder, transferir esse tempo. Eu creio que já há uma limitação bastante grande
no Grande Expediente com essa modificação. Mas o que ocorre!? Às vezes, um
Vereador - digamos o Ver. Beto Moesch, por ter um trabalho na área ambiental -
gostaria de usar o Grande Expediente próximo a uma data que tenha a ver com a
questão ambiental. Mas lhe cabe, por ordem alfabética, a data de 1º de Maio. E
ele não é uma pessoa que tenha um vínculo com essa data e quer trocar com o
Ver. Raul Carrion, que tem um trabalho mais voltado à área sindical e gostaria
de, naquele período, Ver. Elói Guimarães, fazer um pronunciamento mais longo.
Por que não é permitido que, numa situação dessas, por exemplo, eu troque com o
Ver. Beto Moesch? Ou, então, com o Ver. Sebastião Melo, que, por ser um
operador do Direito, quer usar o Grande Expediente numa ocasião ou numa data
vinculada à questão da Advocacia ou do Direito em si, por que o nosso Regimento
permite a cedência de tempo em Comunicações e não permitirá a cedência de tempo
no Grande Expediente? Ou, então, no caso do nosso Ver. Zé Valdir - que é um
professor, e quer, no Dia da Educação, fazer o seu pronunciamento no Grande
Expediente para discorrer sobre os problemas da educação no País - ficar
impedido, porque seu nome vai cair num dia determinado que não tem nada a ver
com a sua trajetória. Então, eu vejo como descabida essa proibição de cedência
do tempo no Grande Expediente. Que seja permitido! Eu combino com o Ver. Zé
Valdir: “Olha, esse dia, para mim, é indiferente. Vossa Excelência usa esse
dia, e, quando chegar a sua vez nós vamos trocar”. Eu creio que é uma questão
óbvia, legal.
Uma
outra questão que eu chamo a atenção é em relação à modificação do Regimento,
em que ficou estabelecido que os Atos Solenes passam a ser de pura atribuição
do Vereador. Em muitos projetos de títulos, de prêmios ou de comendas não está
prevista Sessão Solene, está previsto apenas um Ato Solene, que é uma
deliberação da Casa, votada em Plenário. Agora, chegada a hora da efetivação do
Ato Solene não haverá convite, não haverá correspondência, não haverá apoio da
Casa, e o Vereador, como se o Ato Solene não fosse uma decisão da Casa, vai,
quem sabe, arcar com todos os desdobramentos do Ato Solene. Então, creio que é
outro equívoco dessa mudança do Regimento, que deve ser para melhor e não para
pior.
Teria
ainda uma última questão que eu gostaria de chamar a atenção, que é aquela que
modifica o direito de o Vereador, consagrado na Lei Orgânica, solicitar a
entrada na Ordem do Dia de um Projeto que, depois de trinta dias de trâmite,
entende deva vir à votação. E sem mudar a Lei Orgânica está-se propondo tirar
esse direito em determinados casos, quando a Lei Orgânica diz claramente: qualquer
proposição. E, eu já ouvi argumentação - quero dizer, equivocada - de que não
cabe à Lei Orgânica tratar de questões regimentais. Pois bem, essa questão não
é regimental, não é uma questão de tramitação de processo, é a garantia, Ver.
Zé Valdir, do direito de uma Bancada minoritária, que eventualmente possa estar
sendo prejudicada na tramitação, porque alguém senta em cima do processo e,
como ela não tem maioria na Casa, resguarda-se no art. 81. Há Emenda limitando
o direito do art. 81 da Lei Orgânica, como se o Regimento pudesse limitar a Lei
Orgânica - nunca vi isso -, sob a alegação de que é questão regimental. Não é
questão regimental, é questão orgânica, por isso está lá.
São
questões que na votação nós iremos tratar, mas que alertamos os Srs. Vereadores.
Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra
para discutir o PR nº 082/03.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, honrou-me o Presidente
desta Casa designando-me Relator do Regimento. Obedeci a todos os critérios e
formalidades a partir do princípio de que Comissão tem de convocar e reunir
para aprovar Parecer. Dentro dessa ótica, percebendo a sensibilidade e a
experiência dos colegas Vereadores, chegamos a algumas propostas, inclusive com
setores da Casa que operam a realidade do cotidiano do Regimento. Uma das
inovações do Regimento, Ver. Juarez Pinheiro, é que, para valorizar o Grande
Expediente, para que o discurso do Grande Expediente seja o verdadeiro discurso
de natureza política, estabelecemos um Vereador por Sessão, com o tempo de 20
minutos, para que o Vereador tenha, efetivamente, o tempo necessário, porque,
normalmente, 5 minutos é um tempo que não dá para o grande debate político que
se pretende realizar nesta Casa. Mas esse tempo não é para fazer homenagem,
não! Esse tempo não é para ceder para fazer homenagem; é um orador e não há
cedência. Esse é o espírito da proposta! Talvez o Vereador Raul Carrion que
prefere, na sua agilidade, no dia 1º, entrar com todas as homenagens possíveis
e absorvê-las, tenha certa dificuldade nisso. Então, nós estamos partindo para
um outro princípio, e não é uma proposta deste Vereador, eu apenas estou vindo
aqui sustentar isso, porque o Regimento deve ser amadurecido pelo conjunto da
Casa, por aqueles que têm experiência no cotidiano, cada um, no trato da vida,
da realidade legislativa. Não foi uma proposta deste Vereador, por isso nós
apresentamos: um Vereador, pelo tempo de 20 minutos, sem cedência, para acabar
com aquelas histórias de transfere, cede. Não tem! Grande Expediente é o
discurso político, em que não se realiza homenagem.
Um
outro detalhe, Ver. Carrion. Eu vim aqui exatamente para esclarecer alguma
coisa, colaborar com Vossa Excelência. A Sessão Solene está prevista; o Ato
Solene tem uma natureza diferente, ele já é previsto por uma excepcionalidade
da Mesa Diretora e, nesse momento, põe-se o Ato Solene para que o Vereador não
fique prejudicado no seu exercício parlamentar, porque tem homenagens a fazer.
Essas homenagens por Atos Solenes serão realizadas em momentos que não são os
das atividades legislativas ordinárias da Casa. Sexta-feira à tarde, não há
expediente, mas Vossa Excelência pretende realizar uma homenagem. Então, faz a
homenagem por meio de Ato Solene, com todas as formalidades, com tudo aquilo
que se tem e se impõe para um Ato Solene.
O Sr. Raul Carrion: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) As minhas observações
com relação ao Grande Expediente é que, às vezes, Vereador, a data que cabe,
por ordem alfabética, para mim, não tem relevância. Tem relevância, por
exemplo, para o Ver. Zé Valdir, o Dia da Educação – para mim teria, estou
falando em tese -, tem relevância para o Ver. Beto Moesch, o Dia do Meio
Ambiente. Qual é o impedimento que eu acerte com o Ver. Zé Valdir que aquele
meu Grande Expediente, naquele dia, que é uma data comemorativa - porque é
evidente que um pronunciamento em uma data comemorativa pode ser mais
relevante, há uma discussão na sociedade, a imprensa está tratando - seja trocada?
Não há nenhum prejuízo para a Casa, e há um benefício, porque se poderá adequar
os momentos da intervenção.
E
quanto à questão do Ato Solene, é o seguinte: determinadas homenagens, prêmios,
troféus, comendas, não exigem Sessão Solene, então está definida a sua entrega
em atos solenes. E são questões que foram concebidas pela Casa. Nós tivemos
aqui o Senador Paim, tivemos o Giba Giba, e como era o Prêmio Quilombo dos
Palmares não previa uma Sessão Solene, então foram atos solenes. Portanto,
hoje, eu acho que a Mesa poderia discriminar. Claro que não vai ter televisão
filmando, não serão 500 convites, mas é uma atividade da Casa, deve ter uma
cobertura mínima da Casa, pode até ser diferenciado. Agora, nós simplesmente
dizermos que isso é um problema de responsabilidade do Vereador, a Casa como
que se exime de um ato que é dela e faz parte de suas atribuições.
O SR. ISAAC AINHORN: Como nós ainda temos até um certo tempo
para conhecer a questão, as minhas posições eu expus e ouvi as de Vossa
Excelência. Sinceramente, como Relator, vou tentar conversar novamente com V.
Exa., com a Diretoria Legislativa da Casa e com as lideranças das diversas
Bancadas para ver se esse será o melhor caminho. Não há o interesse em
radicalizar; há, sim, o interesse em dinamizar e tornar mais eficaz.
O Sr. Raul Carrion: Talvez eu possa fazer uma sugestão,
talvez tipificar o que é o ato solene, poderia ser um novo artigo.
O SR. ISAAC AINHORN: Por que não? Vamos examinar, meu tempo
não permite eu continuar, mas... Obrigado, Vereadora Maria Celeste, V. Exa.
também concorda.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra
para discutir o PR nº 082/03.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, a Casa
discute o Projeto de Resolução nº 082/03, que altera o texto em vigor da
Resolução nº 1.178, de 16 de julho de 1992 - Regimento da Câmara Municipal de
Porto Alegre. Esse estudo, que resultou nessa proposta subscrita pela quase
totalidade das lideranças da Casa – nós verificamos que ela é assinada por onze
lideranças da Casa, mais a Mesa –, foi realizado durante o primeiro semestre do
corrente ano. Foram cinco Vereadores designados pela Presidência, mais tarde
foram acrescidos mais dois, e tinham como objetivo - declarado pelo próprio
Presidente ao constituir essa Comissão - adequar o Regimento da Casa à nossa
realidade do cotidiano, retirando dele algumas situações que haviam ficado
completamente desatualizadas, na medida em que foram ocorrendo alterações não
só de cunho formal, mas de cunho material na vida deste Legislativo.
Agora,
nós estamos, no apagar das luzes deste ano legislativo, completando a discussão
sobre essa matéria. Naturalmente não há nenhuma possibilidade de nós fazermos
um relatório e oferecermos uma proposta que, na sua pluralidade, possa
contentar a todos os integrantes da Casa. Vão, naturalmente, ocorrer opiniões
divergentes. Eu penso até, Vereador-Presidente, que esse assunto mereceria ser
votado, Ver. Elói Guimarães, numa Sessão especialmente convocada para tanto,
sem que houvesse necessidade de se reduzirem as intervenções, para que
exaustivamente fosse discutido. Para não ocorrer de nós mudarmos o Regimento
hoje e amanhã já termos a necessidade de fazer novas adequações.
Aliás,
uma das introduções que a Comissão se propõe a incluir no Regimento da Casa é a
de reduzir algumas liberalidades hoje existentes no nosso Regimento e que são
por nós entendidas como excessivas.
O
comentário que faz o Ver. Raul Carrion a respeito do art. 81, utilizado com uma
largueza impressionante aqui na Casa por todos, inclusive por nós, faz com que
hoje nós tenhamos uma Ordem do Dia em que 90% dos itens ali se encontram por
força do art. 81, sem pareceres das Comissões e de urgência altamente
relativada, eis que há Projetos de 2, 3 ou 4 anos colocados na Ordem do Dia,
que, por força do art. 81, não são votados. Nem os autores têm interesse em
votá-los. Então, a liberalidade do art. 81, nesta Casa, é extremamente
exagerada, até porque, em 30 dias de tramitação legislativa, não há condições
de, mesmo que haja o cumprimento rigoroso de todos os prazos regimentais que os
outros itens do Regimento nos apresentam, ser cumprida a tramitação adequada.
O Sr. Raul Carrion: V. Exa. concede um aparte?
O SR. REGINALDO PUJOL: Eu quero dizer-lhe, até em homenagem a V.
Exa. - depois eu lhe concedo aparte -, que eu mesmo tenho três Projetos,
simples, daqueles que concedem títulos, fazem homenagens, que iniciaram há 30
dias e somente ontem foram entregues à Ver.ª Margarete Moraes para que ela os
desse ao parecer da Comissão de Constituição e Justiça, primeiro passo no
andamento de um processo.
Depois,
a Ver.ª Margarete Moraes terá sete dias, mais sete, se quiser utilizar, e
termina o ano legislativo.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Conclua, Vereador.
O SR. REGINALDO PUJOL: Para conceder um aparte ao Ver. Raul
Carrion, para não ser descortês com ele, eu lhe peço tolerância, Sr.
Presidente.
Concedo-lhe
aparte, Ver. Raul Carrion.
O Sr. Raul Carrion: Eu diria até que sou parceiro seu para
nós alterarmos na própria Lei Orgânica, possivelmente, esse prazo de 30 dias,
mas eu acho que ele é um instrumento de defesa das Bancadas minoritárias e do
Vereador que, eventualmente, seja prejudicado. Então nós teríamos de mediar
isso aí.
O SR. REGINALDO PUJOL: Vereador, até o término desta
legislatura, V. Exa. vai ter-me permanentemente ao seu lado na defesa das
Bancadas minoritárias. E aproveite esta minha boa vontade porque, no próximo
período legislativo, nós não seremos minoritários, e, então, a coisa vai ser
diferente.
Eu
vou concluir, Sr. Presidente, convocando o Ver. Raul Carrion para uma posição:
vamos trabalhar no sentido de que a votação seja feita num dia especial,
dedicado exclusivamente para essa finalidade, para que possamos exaurir esse
debate e até, diante de determinadas controvérsias, construir soluções que
possam contemplar o máximo possível o conjunto da Casa. Era isso, Sr.
Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra
para discutir o PR nº 082/03.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, na
presidência dos trabalhos, meus colegas Vereadores e minhas colegas Vereadoras,
eu fiz parte dessa Comissão, Ver. Carrion, que fez o esboço deste Projeto de
modificações no Regimento Interno. Eu diria, preliminarmente, Ver. Carrion, que
ele não é o Regimento ideal, mas foi o possível, Ver. Juarez, numa construção
coletiva, não é? É, foi a construção possível, nessa Comissão, junto com o Ver,
Juarez, o Ver. Danéris, o Ver. Braz, o Ver. Pujol, em exaustivas reuniões pelas
manhãs ou as tardes, lá na Comissão de Justiça. Eu acho que há alguns avanços.
O primeiro deles é que nós vamos diminuir, Ver. Isaac, V. Exa. que foi o
Relator deste Processo, esse excesso de homenagens que a Casa presta. Nós
achamos que as homenagens, Ver.ª Margarete, o Parlamento deve fazê-las, mas
elas não devem ser a maioria da vida do Parlamento, elas devem ter uma dosagem
equilibrada, mas o que deve nortear a Casa Legislativa são as coisas do
dia-a-dia da Cidade que afligem principalmente a periferia da nossa Porto
Alegre, que é o esgoto, a falta d’água, a Saúde Pública. É disso que a Câmara
tem de tratar, diuturnamente, aqui, nas Comissões e no exercício do mandato.
Então, ele tem esse eixo do qual diminuem-se as homenagens. Portanto, tem o
nosso apoio!
A
segunda questão, Ver. Benardino, é que pelo Regimento - e aí nós nos inspiramos
em vários outros regimentos, mas eu podia ficar com o Regimento da Assembléia
Legislativa, Ver. Wilton - lá na Assembléia inscreve-se um Deputado por Sessão
e ele tem 20 minutos para desenvolver, com permissão de aparte, o assunto que
ele pode ter escolhido no dia, ou que o tenha trabalhado uma semana toda, pode
ter analisado, e ele vem para a tribuna e consegue, nesses 20 minutos, fazer um
debate sobre um tema que ele elegeu como prioritário no seu mandato. Não é que
cinco minutos sejam pouco tempo, Ver. Cláudio Sebenelo, mas é impossível você
tratar da Saúde Pública de Porto Alegre com a profundidade necessária em cinco
minutos. É impossível analisar o déficit orçamentário da Cidade, as suas
conseqüências, em cinco minutos. Você pode fazer um apanhado empírico disso
nesses cinco minutos. Então, eu acho que esse, Ver. Raul Carrion, é um grande
avanço. O Ver. Isaac Ainhorn está atento, mas está equivocado em uma questão:
se o Vereador, que tem o tempo por inscrição, e não pode ceder naquele dia,
quiser usar aquele tempo para uma homenagem, pode fazer. Esse é o espírito da
Lei. Ele poderá tratar da Saúde, da Educação, mas, se ele quiser fazer uma
homenagem, pode, o tempo é disposto a ele.
O Sr. Raul Carrion: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) O meu questionamento, nobre Vereador, é o seguinte: eu tenho muitas
dúvidas sobre essa questão dos 20 minutos para um só Vereador por dia, mas não
estou nem entrando nesse mérito. Eu pergunto qual o impedimento, qual o
prejuízo para Cidade, qual é o prejuízo para Casa se esse Vereador, que nessa
data iria falar, fizer um acordo com V. Exa. e ceder-lhe esse dia em que iria
falar, para que no dia que V. Exa. fosse falar, ele poder falar? O que há? Por
que esse impedimento? Não consigo entender! Não há razão; ao contrário, talvez
o dia que me coube, é o dia do advogado, e V. Exa. é advogado e gostaria de falar
nessa data. E talvez o dia que lhe coube é um dia que para mim seria um tema
adequado. Então, não vejo razão nenhuma, e acho um equívoco não haver a
possibilidade de cedência. Não é possível a cedência no caso de Comunicações? É
possível, porque exatamente na fala do Grande Expediente é impossível, quando é
a mais importante. São 20 minutos, e eu gostaria de tratar um assunto em
determinado momento e não num momento aleatório. No momento, por exemplo,
está-se discutindo a Saúde da Cidade, e eu gostaria de falar, daí não me cabe,
porque a letra em que estou escalado não é a do dia.
O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Eu gostaria de esclarecer, ainda, ao Ver. Raul Carrion, que suscita
essa questão, que há o tempo de Comunicação. E no tempo de Comunicação, Ver.
Sebastião Melo, pode dispor para homenagens, pode ceder o tempo e resolver, mas
esse possui uma natureza diferente, senão vai virar um carrossel de homenagens.
O SR. SEBASTIÃO MELO: Bom, gostaria, mas não foi possível. Mas
eu acho, Ver. Carrion, que este debate é proveitoso, e acho que o Presidente
vai marcar uma Sessão especial para poder debater; há as Emendas de Liderança,
o que pode ser feito, não é, Ver. Presidente? Portanto, nós podemos, quem sabe,
se a maioria da Casa estiver convencida disso, fazer essa alteração. Mas eu
acho que nós discutimos isso exaustivamente. Não gostaríamos que o Grande
Expediente se transformasse apenas em homenagens; foi esse o espírito da
questão que levou o conjunto, o coletivo a decidir desse jeito. Muito obrigado,
Sr. Presidente.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A idéia discutida hoje entre a Mesa e as
Lideranças é que, na próxima terça-feira, se faça, extraordinariamente, a
convocação da Câmara para discutir e votar o Regimento, das 9h30min em diante.
O
Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir o PR nº 082/03.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já
havia-me manifestado a respeito dessa questão do Grande Expediente. Hoje, no
Grande Expediente, são oito Vereadores, por oito minutos, não é isso? Isso dá
mais de uma hora. Nós estamos reduzindo para 20 minutos. Só há dois problemas
nisso: primeiro, se nós mantivermos um Vereador só nesse Grande Expediente,
cada Vereador vai falar a cada dois meses; vai falar na décima-primeira semana,
e isso se houver as Sessões normais, se houver o Grande Expediente.
Então,
convenhamos que, nesse caso, é melhor acabar com o Grande Expediente. No
máximo, se o Vereador tiver sorte, vai falar três vezes por ano, Ver. Raul
Carrion. Fiz os cálculos aqui: três Vereadores por semana, a cada
décima-primeira semana, ele vai falar. Se é um Vereador por Sessão, Ver
Carrion, isso é impraticável.
Então,
eu acho que, em primeiro lugar, com esse número de Vereadores, não pode! A
menos que nós estejamos fazendo um Regimento à imagem e semelhança dos
interesses das Lideranças aqui! Porque as Lideranças falam, já têm os seus
espaços. Então, as Lideranças estão fazendo um Regimento para elas, para elas
terem mais tempo, porque, se for do interesse do conjunto da Casa, esse
Regimento está equivocado, e mais equivocado ainda por ser um Regimento
completamente engessado. No Grande Expediente, se estiver acontecendo uma coisa
importante do assunto do meu mandato, eu não vou poder trocar, porque o
Regimento não permite, ou seja, a Cidade vai abrir mão de debater aquele tema,
naquele dia, porque o Regimento não permite a flexibilização, e ainda querem
dizer que é de interesse da Cidade fazer o debate, mas, se há um interesse do
debate, tem que haver essa flexibilização que o Ver. Carrion apontou, porque o
que queremos é uma Câmara de Vereadores concatenada com a realidade. Agora, se
a realidade não pode entrar aqui nos nossos debates, porque o Regimento não
permite, pelo amor de Deus, há um problema aí. Se estiver acontecendo uma coisa
importante na área da saúde, por exemplo, naquele dia, o Vereador Sebenelo não
vai poder trocar comigo para falar sobre a Saúde; depois, se estiver
acontecendo alguma coisa importante na área da educação, eu não vou poder
falar. Então, esse Regimento nega. Se perdurar a forma dessa cláusula, ele é um
Regimento que nega a realidade, é como aquela história de que a lei não tem que
se adaptar à vida; a vida, se quiser, que se adapte à lei. Mas que absurdo é
isso? Se nós queremos fazer o debate e fazer com que esse debate seja real o
mais possível, que esse debate traduza as preocupações da Cidade, com esse
Regimento dessa forma, impedindo a permuta dos espaços, nós simplesmente vamos
estar dizendo que a realidade não interessa. Nós podemos estar fazendo um
debate completamente extemporâneo, fora dos tempos, fora da realidade. As
coisas acontecem na vida, na Cidade, num ritmo, e aqui dentro, o debate é
outro. Nós poderemos estar debatendo um tema com dois meses de atraso aqui.
Poderá a coisa acontecer aqui, mas, porque o Regimento não permite, aquele
Vereador, que é do assunto, vai, daqui a dois meses, debater completamente
defasado em relação à realidade, mas isso é fazer leis que não pegam depois,
porque as leis que estamos fazendo dessa forma não têm nada a ver com a
realidade, não têm compromisso com o real. Eu penso que esse ponto tem de ser
modificado, do contrário, eu vou votar contra essa proposta de Regimento.
Eu
penso que é muito pouco um Vereador só falar, porque isso vai fazer com que o
Vereador fale duas ou três vezes por ano; segundo: tem de haver, sim, a
possibilidade de permuta para flexibilizar a Lei para que o nosso Regimento
esteja adequado à realidade, e não seja um Regimento alheio, até negador da
realidade.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra
para discutir o PR nº 082/03.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente Ver. João Antonio Dib,
Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, eu quero, Ver. Raul Carrion e Ver. Zé
Valdir, dialogar com meus colegas, e por um outro viés dessas questões da
alteração do Regimento e tratando da questão do Grande Expediente. Ver.
Sebastião Melo, em primeiro lugar, o Ver. Isaac Ainhorn se arvorou em ser o
Relator e, talvez, o Vereador que foi o proponente dessa alteração, e, por
justiça, eu preciso fazer um reparo: essa iniciativa foi do Ver. Sebastião
Melo, na reunião que fazíamos junto com mais três Vereadores. O Ver. Sebastião
Melo foi o Vereador que levantou essa questão, e eu quero, aqui, fazer justiça,
e acho que foi muito bem apanhada a questão.
Ver.
Zé Valdir, Ver. Carrion, eu queria que Vossas Excelências fizessem também um
outro tipo de raciocínio, se possível. Hoje a gente só chega e só discute
Grande Expediente quando há homenagens; hoje não existe mais o Grande
Expediente. Vossas Excelências estão pegando uma questão secundária e perdendo
a principal. Veja bem, Ver. Zé Valdir, hoje nós nunca chegamos ao Grande
Expediente, porque, de uma forma errônea, ele está colocado no fim da Sessão.
Ver. Carrion, eu quero dialogar com V. Exa., hoje nós não chegamos no Grande
Expediente, que é o espaço de debate, um espaço privilegiado em que o Vereador
pode, com mais tempo, fazer uma intervenção com mais sentido a respeito da
totalidade do seu mandato ou a respeito de um tema específico. Hoje, Ver. Zé
Valdir, ele está no fim da ordem dos trabalhos, nós nunca chegamos no Grande
Expediente, a não ser que esta Casa, que tem se notabilizado por ser uma Casa
que faz muitas homenagens, já tem até um conceito negativo na Cidade, no
sentido de que as homenagens preponderam sobre a nossa atividade parlamentar.
Pois é isso que nós estamos corrigindo, Ver. Zé Valdir. Veja bem, Ver. Cláudio
Sebenelo, hoje, o Grande Expediente está no fim. Nós nunca chegamos ao Grande
Expediente, nós estamos resgatando um espaço de debate político que não havia
antes, porque nós não chegávamos ao Grande Expediente, a não ser com
homenagens, e mais homenagens.
O Sr. Zé Valdir: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Vereador, V. Exa. tem toda a razão quando coloca que o Grande
Expediente é no fim da Sessão, e muitas vezes ele é utilizado em homenagens, ou
nem é utilizado, porque a Sessão não chega lá. Mas, em parte, isso acontece
porque o Grande Expediente, hoje, utiliza dois terços mais de tempo do que nós
estamos propondo. Nós estamos reduzindo o tempo geral do Grande Expediente para
um terço do que ele é. Então, ele é perfeitamente viável.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Não. Eu não estou contra a Emenda, Ver.
Zé Valdir. Não. Eu não estou contra as Emendas. Eu apenas quis pegar uma
questão mais de fundo. A questão material da sua intervenção. V. Exa. dizia se
estaria retirando espaço de debate, ao contrário, nós estamos trazendo o espaço
de debate político ao retirar o Grande Expediente lá de trás, porque ele nunca
vinha para frente, a não ser que fosse para fazer as famosas homenagens da
Câmara de Vereadores.
O Sr. Zé Valdir: Vereador, se ele vier dessa forma, ele
vai resolver um problema e criar outro. Por isso estou concordando no mérito,
mas estou achando que deve haver alguns reparos, algumas modificações.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Claro. Ver. Zé Valdir, eu queria dizer a
V. Exa. que não estou fazendo uma intervenção contrária a sua. Eu quis apenas
resgatar uma questão que me pareceu mais de fundo, que era a de que nós
estávamos resgatando espaços de debates ao contrário de retirar o espaço de
debate político.
O Sr. Raul Carrion: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento
do orador.) Rapidamente. Eu penso que isso não é contraditório, a possibilidade
de se ceder o Grande Expediente, não há nenhum argumento de vossa parte que
impeça a cedência. Segundo, eu gostaria de dizer que os Grandes Expedientes e
os momentos de Comunicação, mesmo voltados para um tema, não são meras
homenagens, entre aspas, no sentido pejorativo. Eu quero relembrar a questão de
uma discussão sobre a ALCA, por exemplo, que se deu, por iniciativa de V. Exa.
no momento de homenagem. Eu quero lembrar os 1ºs de maio, em que nós discutimos
as grandes questões.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Recebo, Ver. Carrion, e não estou,
também, contra a sua proposta de possibilidade de troca. O que eu quero chamar
a atenção é que a grande maioria, a maioria esmagadora nos períodos do Grande
Expediente são para homenagens, homenagens e mais homenagens.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): O Ver. Luiz Braz está com a palavra para
discutir o PR nº 082/03.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Presidente desta
Casa, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, senhoras e senhores, as modificações
sugeridas para serem feitas no Regimento desta Casa são inúmeras, mas eu vejo
que nesta Sessão de discussão apenas uma é que está chamando mais a atenção dos
Srs. Vereadores.
Eu
me lembro das inúmeras vezes que nós reformulamos o Regimento, aqui, na Câmara
de Vereadores. Ver. Juarez Pinheiro, eu me lembro e Vossa Excelência também se
lembra quando o Grande Expediente tinha o tempo de 15 minutos. Eram quatro
Vereadores que discutiam durante 15 minutos, Ver. José Valdir. Aí, passamos
para seis Vereadores com 10 minutos. Eu acho que Vossa Excelência, Ver. Juarez
Pinheiro, apanha muito bem, aqui, num dos argumentos que Vossa Excelência traz
a esta tribuna, de dizer que nós não estamos mais entrando no Grande
Expediente.
O
Grande Expediente está sendo, na verdade, uma peça de ficção. O Regimento da
Casa prevê o Grande Expediente, mas só que não dá tempo de entrar. Em uma
segunda-feira, que é um dia absolutamente normal, temos o período de
Comunicações, temos o período de Pauta, depois vem a Ordem do Dia, e o Grande
Expediente, quando é chamado, é apenas para fazer algum tipo de homenagem.
Aliás, eu acredito que nós temos de aproveitar, agora, que estamos mexendo no
Regimento da Casa, para tentarmos diminuir um pouco esta capacidade da Casa de
fazer homenagens e mais homenagens. Não é que a Casa não deva homenagear
instituições e pessoas. Claro que sim, mas eu acredito que essa não deva ser a
atribuição principal de uma Câmara de Vereadores.
Eu
acho que há as Sessões Solenes, há dias especiais, há momentos especiais para
se fazer as homenagens. Eu acho que isso que vem ocorrendo, de se utilizar o
Grande Expediente e o Período de Comunicações para se prestar homenagens, na
verdade, está desvirtuando a possibilidade de a Casa, realmente, discutir os
seus grandes assuntos. Mas esse argumento de que se nós modificássemos o Grande
Expediente, na forma como o Grande Experiente está proposto, de que um Vereador
participasse em cada Sessão, com tempo maior, é claro, para que ele pudesse
tratar de um assunto importante, dentro do seu mandato, mas que ele tivesse,
realmente, a garantia de que ele iria participar, que nós tivéssemos,
realmente, o Grande Expediente nas Sessões, eu acho que nós estaríamos
acrescentando alguma coisa para que o mandato do Vereador pudesse, realmente,
ser mais representativo, para que nós pudéssemos falar daquele segmento da
população que nós representamos, muito embora nós representássemos aqui toda a
sociedade, mas é claro que nas nossas regiões muitas vezes nós queremos alongar
um assunto, esmiuçar um assunto, tratá-lo com maior detalhamento, mas, muitas
vezes, não conseguimos. Então, é claro que, se nós tivéssemos, realmente, uma
possibilidade, uma garantia de que o Grande Expediente seria realmente algo que
viria não apenas para constar nos avulsos da Casa, mas realmente na realização
das Sessões, eu acho que se nós pudéssemos ter um Vereador discutindo o Grande
Expediente por Sessão, eu penso que já estaria sendo um acréscimo, muito
embora, Ver. Zé Valdir, eu ouvi também os argumentos de V. Exa. muito bem
expostos, acho que é uma pena que a gente tenha as nossas discussões
diminuídas.
Eu
encerro o meu pronunciamento. É pena que no Parlamento nós não tenhamos oportunidade
de termos discussões maiores.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): A Mesa recebeu pedidos de artigo nº 81
para vários Projetos de Lei.
O
Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir o PR nº 082/03, por cedência de
tempo do Ver. Marcelo Danéris. O Ver. Zé Valdir discute pela segunda e última
vez.
O SR. ZÉ VALDIR: Há algum problema, Sr. Presidente?
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Não, Vereador, é que, regimentalmente, só
pode falar duas vezes. Então eu estou alertando V. Exa. a usar convenientemente
o tempo, que não dê muitos apartes, porque depois não poderá concluir.
O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras.
Vereadoras, o objetivo que todos apregoam aqui é o mais nobre possível. Qual é
o objetivo desse item, vamos dizer assim, da modificação do Regimento? É
viabilizar o Grande Expediente. Por que o Grande Expediente, normalmente, nas
Sessões - e isso é um consenso, até porque são fatos -, não ocorre?
Primeiro,
porque o Grande Expediente possui o tempo maior, são oito Vereadores com a
palavra durante oito minutos cada um. Dá mais de uma hora o Grande Expediente.
Bom, por isso é que, quando há qualquer problema, pensando já que o Grande
Expediente vai levar mais de uma hora, o que se faz? Não se viabiliza o Grande
Expediente.
Segundo,
o Grande Expediente está no fim da Sessão.
E
terceiro, normalmente, o Grande Expediente não acontece, portanto ele não é o
culpado das nossas Sessões atrasarem. As nossas Sessões atrasam aqui porque há
muitas coisas que acontecem na Sessão, algumas até são invenções que a gente
foi criando e foi consolidando na prática. Por exemplo, comparecimentos que
acontecem na Câmara e acabamos dando um tratamento que já virou uma praxe aqui,
dando a palavra para as Bancadas, abrindo exceções que depois se consolidam.
Então,
há uma série de penduricalhos, eu diria, que não estão no Regimento, que a
gente acaba consolidando pela práxis e que acabam tomando tempo na Sessão.
Então,
a primeira coisa que é consenso, é que nós vamos reduzir o tempo do Grande
Expediente. Nós estamos reduzindo de mais de uma hora para vinte minutos o
Grande Expediente, é a primeira coisa. Só com isso, eu penso que já irá
viabilizar. E trazer o Grande Expediente para o início.
Agora,
eu não vejo por que nós não possamos entrar num acordo, eu não vejo por que nós
não possamos, em vez de ter um orador durante 20 minutos, ter dois oradores
para possibilitar com que esse rodízio aconteça com maior freqüência, com
benefício para todos. Podemos até aumentar um pouquinho. Em vez de ser 20
minutos, em vez de ser 10, 15, seriam dois oradores com 15 minutos. E a
possibilidade de permuta do tempo, para permitir que essa discussão realmente
aconteça, concatenada com a vida, concatenada com a realidade. Ou seja, se um assunto
ou um fato importante está acontecendo, que o Vereador que está com as
informações, que milita naquela área, que seria o mais autorizado, o mais
capacitado a discorrer sobre aquele tema, possa chegar e permutar com o colega
para que ele possa abordar aquele tema que está acontecendo. Evidente que isso
vai qualificar esse espaço. Todos vão ganhar, porque vamos ter um debate mais
concatenado com a realidade, com a vida, e, obviamente, a cidade de Porto
Alegre vai ganhar com isso. Em vez de termos um debate protocolar, muitas vezes
fora do timing das coisas,
completamente extemporâneo aos fatos, podemos ter um debate atualizado com os
fatos, de acordo com a realidade que acontece na nossa Cidade. Então, a nossa
proposta – nós estávamos combinando com o Ver. Carrion – é apresentar uma
Emenda para que o Grande Expediente seja de dois Vereadores, a cada Sessão,
durante 15 minutos. Eu acho que nós resgatamos, com isso, aquela preocupação
que é reduzir o tempo do Grande Expediente e possibilitar que ele aconteça,
porque, senão, o que é que vai acontecer? Do contrário, nós vamos tentar
corrigir um problema, criando um outro. Nós vamos fazer uma modificação para
viabilizar o Grande Expediente e, muitas vezes, não vamos viabilizar, ou vamos
tornar o Grande Expediente em algo completamente desinteressante, em algo
completamente desconcatenado com a realidade.
Portanto,
uma norma desse tipo vai acabar não funcionando na prática. Por isso, com
relação à Emenda que vamos apresentar, gostaríamos que todos os Vereadores,
especialmente os das Bancadas médias, pensassem, especialmente os Vereadores
que não têm cargo de Liderança, porque essa Emenda vai beneficiar, exatamente,
e principalmente, esses Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Ervino Besson): Em votação o Requerimento, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, solicitando que seja considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta das Comissões o PLCL nº 020/03. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Esse era um Requerimento de urgência
referente ao Projeto de Lei que altera a tarifação industrial do DMAE, e como a
solicitação era deste Vereador, eu não podia colocá-lo em votação; o nosso
Secretário o fez, e o plenário o aprovou por unanimidade.
O
Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir o PR nº 082/03, por cedência
de tempo do Ver. Aldacir Oliboni.
O SR. RAUL CARRION: Possivelmente, não usarei todo o tempo,
até para permitir alguma outra emenda que algum Vereador deseje fazer. Por um
lado, trabalhamos, já, uma Emenda que permite a permuta em qualquer que seja a
situação, seja vinte minutos ou não. Eu quero chamar a atenção - e diversos
Vereadores se referiram a isso, que devemos diminuir esses momentos de
celebração, de homenagem – para o fato de que muitas vezes esses momentos
usados para homenagens são momentos extremamente importantes para a discussão
política nesta Casa. Já referi, num aparte, que, por exemplo, quando se faz uma
homenagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente, Ver. Juarez Pinheiro, não fazemos
aqui um mero floreio para homenagear a AGAPAN; nós fazemos a discussão que esta
Casa tem de fazer sobre as questões do meio ambiente, que muitas vezes são mais
decisivas para uma futura votação de um projeto de lei ou de uma resolução que
trate do meio ambiente.
Quando
nós trazemos, aqui, à discussão o 1º de Maio, Ver. Luiz Braz, nós não fazemos
uma mera homenagem aos trabalhadores, no sentido de “que belos são os
trabalhadores”; nós discutimos a questão da estrutura sindical, nós discutimos
a questão da redução da jornada de trabalho, nós discutimos a questão dos
salários dos trabalhadores municipários, nós discutimos as questões dos
direitos previdenciários, discussões de grande importância que muitas vezes
irão embasar a nossa votação de um Projeto concreto. Quando nós discutimos a
questão, uma homenagem, digamos, ao dia da educação, ao CPERS, como fizemos
algumas vezes, nós vamos discutir a política educacional do País e assim por
diante.
Então,
claro que depende de cada um o uso; agora, qualquer que seja o tema discutido,
Ver. Beto Moesch, o que importa é que nós possamos, de comum acordo, entre dois
Vereadores, trocar para adequar o dia em que eu quero fazer a minha
intervenção, para o momento em que a sociedade está debatendo determinado
assunto, e, assim, o Ver. Moesch, certamente, se pronunciará, no seu Grande
Expediente, no momento da questão ambiental, ou no da questão habitacional, ou
no da questão sindical, e a Cidade só ganhará. Possivelmente, o Ver. Campani
tratará as questões do saneamento ambiental e assim por diante.
Uma
segunda Emenda, de acordo com o Ver. Zé Valdir, e levamos à consideração, e é
independente, são duas votações diferentes, é que, talvez, claro que 5 minutos,
8 minutos são muito pouco tempo, mas não necessariamente precisam ser 20
minutos, e quem sabe nós possamos fazer dois Vereadores com 15 minutos falarem,
pode ser sobre o mesmo tema, até com visões contraditórias, ou pode ser sobre
temas independentes, permitiria maior rodízio de Vereadores, e isso é
importante, principalmente para as Bancadas grandes, que só têm um tempo de
Comunicação de Líder, mas têm muitos Vereadores que gostariam de trazer a sua
opinião e o seu parecer, e, dessa forma, também estaremos corrigindo e
permitindo que mais Vereadores tenham um tempo de discussão aqui. Então, é uma
segunda Emenda que a gente faz e, claro, estamos aí para dialogar com os demais
Vereadores. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, com todo o respeito que
tenho por V. Exa. e pela Mesa desta Casa, a qual eu integro, por não estar
absolutamente seguro com relação a uma votação que foi realizada pela Mesa,
interrompendo no meio da discussão de um processo, eu pediria que V. Exª
concedesse a possibilidade de a Comissão de Constituição e Justiça poder opinar
a respeito da decisão tomada por Vossa Excelência.
O SR. PRESIDENTE (João Antonio Dib): Nobre Vereador, eu acolho o brilhantismo
da observação de V. Exa. Evidentemente, a Mesa pode até ter-se equivocado, já
que são tantas as Emendas apregoadas, são tantos os Requerimentos trazidos. A
Mesa retira o Requerimento, o qual votará oportunamente. Eu vou até acreditar
que V. Exa. tenha razão, não tenho razão de duvidar de V. Exa.
Então,
acolho e solicito que seja anulada a votação do Requerimento de autoria deste
Vereador, solicitando que seja votado em regime de urgência e submetido à
reunião conjunta das Comissões o PLCL nº 020/03. Acontece que, dentro da
urgência das Sessões, que são poucas até o final do ano, eu, talvez, tenha me
excedido. Eu peço desculpas.
Não
há mais inscritos para a discussão. Encerrada a discussão do PR nº 082/03.
Eu
solicito, agora, à Diretoria Legislativa que traga o Requerimento de autoria
deste Vereador, solicitando que seja votado em regime de urgência e submetido à
reunião conjunta das Comissões o PLCL nº 020/03.
(O
Ver. Elói Guimarães reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em votação o Requerimento de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que solicita seja considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta das Comissões o PLCL nº 020/03. (Pausa.)
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de
autoria do Vereador João Antonio Dib, que solicita seja considerado em regime
de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões o PLCL nº 020/03.
O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Antonio Dib, Ver. Elói
Guimarães, Vereadores que estão agora à Mesa juntamente com a Verª Maria
Celeste, esta época do ano sempre é farta em relação ao surgimento de Projetos,
os mais duvidosos possíveis, ou, pelo menos, de mais difícil compreensão, os
quais sempre são acompanhados de um Requerimento de urgência. Isso significa que
esses Projetos vêm sem que nós tenhamos a possibilidade de estudá-los, mas,
confiando na necessidade que um ou outro órgão – desta vez é o DMAE - tem, nós
somos empurrados a aprovar esses Projetos, muito embora não tenhamos certeza
daquilo que é feito. Isso acontece ano após ano.
Eu
já estou nesta Casa há 21 anos e não me lembro de nenhum ano em que, chegando
esta época de dezembro – o ano legislativo se encerrará dia 15 – nós não
tenhamos, aqui, uma série de Projetos tenebrosos, daqueles que a gente não tem
certeza, Ver. Wilton Araújo, e precisaria, para ter certeza, fazer pesquisa,
fazer consultas e discutir com a comunidade. A verdadeira participação popular
deve-se dar no momento em que nós estamos discutindo esses que são os Projetos
que mais podem comprometer o Erário, aqueles que podem, de repente, comprometer
até o futuro das administrações. Então, neste momento, eu tenho de realizar a
participação popular, e como eu realizo? Tenho de pegar esses processos, ter
tempo de ir até as comunidades, discutir com elas, ver o que realmente vai
custar a obra, o empréstimo ou aquilo que está sendo tratado no Projeto, a fim
de que nós possamos votar com toda a consciência possível de que nós estamos
exercendo o melhor da nossa representação.
Então,
realmente, eu não posso aceitar urgência num Processo escabroso desses.
Desculpem-me, eu estou usando esse termo, porque não estou encontrando uma
outra palavra. Mas, é daqueles perigosos, que podem esconder algum tipo de
armadilha; daqueles que, de repente, podem, ali na frente, estar-nos
surpreendendo com relação ao voto que nós vamos dar. Eu vou pedir aos
companheiros de oposição que não concedamos essa urgência da forma como ela foi
pedida: sem maiores explicações, sem que nós tenhamos maiores argumentos, sem
que possamos fazer maiores discussões com as comunidades. Que a gente possa
votar esse Projeto num momento certo, depois de discuti-lo com todas as
comunidades, de saber exatamente das suas implicações, e, aí, nós votamos.
Ninguém quer negar nada que seja realmente necessário para que a administração
do Município possa se dar da melhor forma possível, mas eu acho que temos aqui
uma responsabilidade e ela fica bem maior quando votamos os Projetos mais
importantes de nossa Cidade. É, neste momento, então, que nós temos de
verificar item por item de qualquer processo. Nós temos de verificar tudo
aquilo que vai ser importante nesta votação para que o nosso voto possa ser
muito seguro.
Então,
solicito aos meus companheiros de oposição que nós possamos derrotar essa urgência
e solicito aos companheiros de situação, àqueles que vêm aqui e representam o
Partido do Prefeito, que possam, se possível, retirar essa urgência e, quem
sabe, trazer os argumentos necessários para que nós possamos discutir o Projeto
de Lei de que trata essa urgência de forma a darmos o nosso voto - o mais
consciente dos votos - sem prejudicar a Cidade, mas, também, sem comprometer a
nossa consciência, que não pode ficar-nos acusando, mais tarde, de termos
votado sem conhecimento total de uma matéria.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. João Antonio Dib está com a
palavra para encaminhar a votação do Requerimento de sua autoria, que solicita
seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões
o PLCL nº 020/03.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, na
quinta-feira que passou, eu fui sutilmente ofendido pelo Ver. Luiz Braz, e,
ontem, ele, meu amigo, pedia desculpas, pois nunca me quereria ofender e
retiraria o que disse. Mas, agora, eu acho que fica extremamente difícil,
porque não houve nenhuma sutileza. João Dib, homem de um passado impecável, um
homem que pode colocar o seu passado em qualquer vitrine, que pode discutir o
amor por esta Cidade com qualquer pessoa, e não há quem duvide do amor de João
Dib por Porto Alegre. João Dib apresenta um Projeto de interesse da Cidade e é
chamado de escabroso por um jornalista! Escabroso! Talvez ele não soubesse quem
é o autor do Projeto! Apenas foi dizendo que era escabroso, que podia conter
subterfúgios, coisas esquisitas. Não! João Dib é claro, preciso, conciso,
honrado, responsável, e a Cidade diz isso. Não sei se dizem todos! Não sei, mas
João Dib tem um passado e deve zelar por ele. Apresentei, sim, um Projeto de
Lei de alto interesse da Cidade. E antes de fazê-lo consultei as Lideranças e a
Mesa. E aí vem um Vereador que, na segunda-feira, pedia-me desculpas pela
ofensa sutil, e me ofende de forma difícil de entender. Escabroso, o João Dib?
João Dib com subterfúgios? Fui Diretor do DMAE, duas vezes! Está-se estudando
tarifação industrial para o DMAE, cobrar menos para que as indústrias
permaneçam aqui. E quando V. Exa., Ver. Luiz Braz, apresentou proposição
diminuindo alíquota para o leasing,
V. Exa. teve em mim um aliado, porque era a Cidade que ganhava! Ajudei a
resolver o seu Projeto, e V. Exa. se vangloria. Resolvi o Projeto. E V. Exa.
vem e diz que João Dib apresenta um Projeto escabroso? Eu amo demais esta
Cidade. Aquele DMAE que lá está tem muito da minha vida, tem muito de mim. Fui
Diretor do DMAE a primeira vez, e não havia 60% da população abastecida com
água. Criei a solução, dei a ele credibilidade, e hoje dizem que tem 99% e
meio, mas não tem; tem 97%. Tem. Mas porque, um dia, eu estive lá; porque, um
dia, eu pensei naquela equipe com alma, a qual deveria resolver problemas.
Quando eu voltei, criei uma série de coisas: modelo matemático de qualidade
para as águas do rio Guaíba, fluoretação das águas, facilidade para que as
pessoas recebessem água nas vilas sem que tivessem a preocupação de ir lá no
DMAE preencher formulários – o DMAE foi a eles. Acha V. Exa. que eu traria um
Projeto escabroso? Vai pedir-me desculpas depois? Acho que não, nem há
necessidade, mas eu poderia ficar triste.
A
minha formação é de ignorar aquilo que não me atinge, porém era preciso
esclarecer que o Projeto foi discutido, sim, com a Mesa, com algumas
Lideranças, em benefício da Cidade. A Administração não quer tomar o dinheiro
da população; nesse caso, ao contrário, está oportunizando, como fez V. Exa. no
passado, e a Administração concordou com V. Exa., que as indústrias aqui
permaneçam. Mas V. Exa. tem o direito de duvidar. Cada um pensa como pensa. Eu
sempre penso que os meus semelhantes são tão corretos quanto eu, e não tenho
porquê, nunca, ofendê-los. Saúde e paz!
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, é uma Questão de Ordem,
porque eu posso afirmar com todas as letras que eu não ofendi o Ver. João Dib
na Sessão passada. Eu apenas disse para ele - e se ele entendeu como ofensa e
não foi, eu não procurei fazer nenhum tipo de ofensa ao Ver. João Dib, que ele
me desculpe, até porque eu não quero ofender aqui nenhuma das pessoas -, apenas
foi uma discussão que nós tivemos, uma divergência que tivemos, mas eu não
ofendi o Ver. João Dib. E hoje eu estou tratando de um assunto, de um Projeto,
que eu não conheço, então, eu não sabia nem que a autoria era do Ver. João Dib.
Eu não estou acusando o Ver. João Dib de absolutamente nada. Eu só disse que os
Projetos, nesta época do ano, vários Projetos tramitam aqui com urgência. E até
me desculpe, de repente a minha mente não conseguiu produzir uma outra palavra,
e eu disse “escabroso” como perigoso. Mas eu não quero, de forma nenhuma, fazer
com que o Ver. João Dib se sinta ofendido, porque afinal de contas aqui, todos
nós, Vereadores, quando colocamos aqui as nossas proposições, recebemos votos
favoráveis e votos contrários. E nem por isso nós temos de nos sentir
ofendidos, quando, de repente, algum Vereador vota contrariamente a uma
proposição nossa. Mas peço desculpas ao Ver. João Dib por qualquer ofensa que
eu possa realmente ter produzido a ele.
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Perfeito. Acho que ficou esclarecido com
a manifestação de V. Exa.
Apregôo
a Emenda nº 41 ao PR nº 082/03, que altera a redação do inciso XXXIX do art. 1º
do Projeto de Resolução nº 082/03.
O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento de autoria do Vereador João Antonio Dib, que solicita seja considerado em regime de urgência e submetido à reunião conjunta das Comissões o PLCL nº 020/03.
O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu
tenho uma enorme admiração pelos Vereadores desta Casa que têm, numa média
acentuada, alta qualidade, um amor pela Cidade extremamente acendrado. Eu não
tenho dúvida de que se nós fôssemos fazer uma pesquisa sobre quem tem mais amor
pela Cidade, seria uma disputa grande entre os Vereadores, todos, inclusive o
do PCdoB.
(Aparte
anti-regimental do Ver. Raul Carrion.)
Eu
não pude dar aparte ao Ver. Raul Carrion, com quem tenho muitas divergências
até, mas gostaria de ter dado esse aparte, porque agora se criou uma situação
difícil. O Ver. Raul Carrion diz que ninguém tem mais amor a Porto Alegre do
que ele. Isso vai criar um cisma dentro desta Casa, porque o Ver. João Antonio
Dib, que nos honra agora com a sua presença, diz que tem um profundo amor por
esta Casa e pela cidade de Porto Alegre.
Felizmente
nós temos uma disputa de 33 Vereadores, que pretendem, um mais do que outro,
ser o mais amoroso e o mais afetivo em relação a Porto Alegre. Portanto, o meu
querido Presidente, João Dib, não tem o monopólio do amor à cidade de Porto
Alegre. Se ele ficar com o monopólio, vai gerar uma ciumeira dentro desta Casa:
pelo amor muito grande a Porto Alegre.
Eu
vejo que o Vereador é o autor do Requerimento que dá urgência para o Projeto de
suplementação para o DMAE. Eu acho que isso vai ser resolvido nos próximos
dias. Nós vamos ter de nos manifestar sobre esse problema. Agora, não podemos,
em vários momentos, empurrar as urgências "goela abaixo". Não há
necessidade, até porque, se esta Casa - felizmente! - precisar se autoconvocar
extraordinariamente, ou se o Sr. Prefeito precisar dos Projetos, nós poderemos
trabalhar durante o período do recesso até o dia 31 de dezembro, porque esta
Casa não recebe jetom quando há convocação extraordinária. Esta Casa está
sempre em trabalho, diferente da Assembléia, que fez a onda toda de reduzir o
recesso e, no final, rejeitou, na Comissão de Constituição e Justiça, a redução
do Recesso Parlamentar. Esta Casa não precisa reduzir o seu recesso, porque a
qualquer momento ela pode ser convocada extraordinariamente, Ver. Pestana, sem
ônus para os cofres do Município. Não há necessidade, nós estamos
permanentemente... Agora, o Ver. Dr. Goulart é Vereador 24 horas, a Ver.ª
Margarete Moraes, o Ver. Pestana, o Ver. Juarez Pinheiro, são Vereadores 24
horas, o Ver. Besson também. De repente pode surgir um Vereador que diz:
"Eu sou Vereador 24 horas". Lógico que é uma força de expressão. Mas
os Vereadores desta Legislatura aqui..., eu quero cumprimentá-los! O Ver. Raul
Carrion – Vereador com o qual eu tenho divergências grandes -, como ele é um,
do PCdoB, ele tem que estar em 10 Comissões ao mesmo tempo, e eu o vejo em
todos os lugares. É um Vereador 24 horas, apesar das divergências que eu tenho
com ele, mas não posso negar a operosidade do PCdoB nesta Casa e da ação
parlamentar do Ver. Raul Carrion. Também do Ver. Pujol, que é um só, o PFL só
tem um Vereador nesta Casa.
Portanto,
ninguém, sozinho, é dono da verdade, é só ele o amoroso da Cidade, que tem amor
acendrado à Cidade e nem só ele é Vereador 24 horas. Eu acho que com relação a
este Requerimento, nós tínhamos que, harmoniosamente, dizer: "Olha, vamos
avaliá-lo amanhã, num consenso". Infelizmente hoje a oposição perdeu um
Veto a um Projeto importante do Ver. Dr. Goulart, porque alguns Vereadores da
oposição - fizemos 15 votos – não estavam presentes aqui na hora da votação. E
Veto só pode ser naquele momento.
Este
Requerimento, se nós não votarmos hoje, vamos votar amanhã! É óbvio! Agora, o
Veto não! Mantivemos um Veto do Sr. Prefeito Verle a um Projeto do Ver. Dr.
Goulart, o Vereador-saúde desta Casa. E o PT, lógico, sorri; os Vereadores do
PT estão satisfeitos, mantiveram o Veto do Sr. Prefeito. Agora, por quê? Porque
nós tínhamos que fazer 17 votos e estávamos apenas em 15 Vereadores de oposição
no plenário! Na hora de Veto, têm de estar todos os Vereadores em plenário,
mormente os de oposição, porque oposição tem que dizer: "Sim, vamos
derrubar o Veto"., tem de apor o seu voto! Infelizmente, nós não
conseguimos isso hoje, Ver. Luiz Braz, fizemos 15 votos, faltaram dois; e há
Vereador que às vezes critica e que, infelizmente, na hora de votar, não está
presente. E a oposição, nesses momentos, sai desgastada.
E
daí, depois, o filósofo Denis Rosenfield diz que o PT se perpetuou todos esses
anos - o filósofo, Ver.ª Margarete Moraes, que V. Exa. conhece bem, é da sua
seara, da sua cultura, da grande reflexão e do grande pensamento -, que o PT
está desde 1988 e sucede prefeitos e prefeitos, porque a oposição em Porto
Alegre anda vacilante. Eu não tenho essa leitura, mas, em alguns momentos,
infelizmente, o é. Isso disse o filósofo Denis Rosenfield. Nós temos de estar
aqui para derrubar Veto do Sr. Prefeito; temos de estar aqui para dizer sim ao
Projeto do Ver. Dr. Goulart e rejeitar o Veto do Sr. Prefeito. Infelizmente,
não conseguimos 17.
Concluo,
nobre Presidente Ver. Elói Guimarães, dizendo que agora um simples Requerimento
que exige maioria simples... Nós, amanhã, vamos votar a suplementação do DMAE.
Vai sair. Todo mundo sabe que a suplementação vai sair - não é, Ver.ª Maristela
Maffei? Com mais amor ou menos amor, vai sair a suplementação ao DMAE - o DMAE
que, felizmente, hoje, é do Todeschini, dessas figuras boas, apesar de não ser
do meu Partido, porque outrora já foi a base da TFP em Porto Alegre, o que
ensejou uma CPI nesta Casa para averiguar as atividades anticomunistas da época
da TFP. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Não há mais Vereadores inscritos.
Em
votação nominal, solicitada por esta Presidência, o Requerimento, de autoria do
Ver. João Antonio Dib, que solicita seja considerado em regime de urgência e
submetido à reunião conjunta das Comissões o PLCL nº 020/03. (Pausa.)
Todos
os Vereadores consignaram os seus votos? Doze votos, não há quórum para
deliberação, em conseqüência somos levados a encerrar a presente Sessão.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 18h07min.)
* * * * *